quinta-feira, 8 de setembro de 2011

POLÍTICA - O combate seletivo à corrupção.

Todos nós somos contra a corrupção. Só que alguns fazem um combate seletivo contra ela. Veja o que acontece em São Paulo: existem mais de 100 pedidos de investigação contra a corrupção protocolados na Assembléia Legislativa de São Paulo. Porém, como o PSDB e aliados têm maioria nesse legislativo há quase 20 anos, todos, todos os pedidos foram arquivados. Apesar de todo o empenho do PIG a marcha, pelo menos em São Paulo, não foi o que eles esperavam . O JN deu destaque, como era de se esperar a marcha em Brasília, porém, também como era de se esperar, nenhuma notícia sobre a Marcha dos Excluídos, realizada todos os anos em todo Brasil, na data da independência.

Sobre corrupção, há poucos dias comentei que nunca ouvi falar de marcha contra os corruptores.

Hoje vi no blog Luis Nassif online, que existe um projeto de autoria do deputado Stepan Nercessian sobre os corruptores, que está engavetado há anos na Câmara dos Deputados. Por que será?

A seguir o artigo do Ricardo Kotcho sobre a marcha em São Paulo.

Eles não aprendem e não desistem. Derrotados três vezes nas eleições presidenciais, os valentes da fina flor paulistana foram de novo às ruas para protestar "contra tudo o que está aí". Desta vez, o álibi foi a Marcha Contra a Corrupção organizada nas redes sociais em várias regiões do país.


Em São Paulo, apesar dos esforços de alguns blogueiros histéricos, o protesto fracassou: segundo a Policia Militar, apenas 500 pessoas se animaram a sair de casa neste belo feriado de 7 de setembro com muito sol para ir à avenida Paulista levantar cartazes contra a corrupção.


A personalidade mais conhecida identificada pela imprensa foi a socialite Rosangela Lyra, sogra do jogador Kaká e representante da Dior no Brasil.


Era a mesma turma chique do "Cansei", um "movimento cívico" criado em julho de 2007, para protestar contra o "caos aéreo", pelo presidente da OAB paulista, Luís Flávio Borges D´Urso, agora pré-candidato do PTB de Roberto Jefferson a prefeito de São Paulo, mas nem ele foi visto hoje na avenida Paulista.


De outro líder do "Cansei", o executivo Paulo Zotollo, ex-presidente da Phillips, não se ouviu mais falar. Na época, ele causou um enorme dano para a imagem da empresa ao declarar em entrevista ao jornal "Valor":


"Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz como tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado".


O Piauí ainda existe, virou até nome de revista, vai bem, cresce e seu povo está melhorando de vida, ao contrário do infeliz executivo que apenas vocalizou o que pensava boa parte da elite paulistana sobre os nordestinos, quando o presidente do país era o pernambucano Lula.


A direção nacional OAB nacional na época, que ainda não era dominada por tipos como Ophir Cavalcante (quem?), o novo Álvaro Dias predileto da mídia, decidiu não participar do movimento e criticou a sessão paulista da entidade.


O então presidente da OAB-RJ, Wadih Dammus, resumiu do que se tratava. "O Cansei é um movimento de fundo golpista, estreito e que só conta com a participação de setores e personalidades das classes sociais mais abastadas de São Paulo".


Foi o que se viu no 7 de setembro de protestos na avenida Paulista. São os mesmos. Só mudou o mote.


Em tempo (atualizado às 19h12):


No final da tarde desta quarta-feira, 7 de setembro de 2011, os números sobre o tamanho das manifestações em São Paulo variavam nos portais da grande mídia, que ajudaram a promover os protestos na avenida Paulista.


Segundo a "Veja", em nova manifestação promovida à tarde, no mesmo local, havia entre 2 e 4 mil pessoas no protesto, dependendo do informante e do blogueiro.


No portal da "Folha", o maior jornal do país, a multidão de protestantes chegou ao máximo de 700 manifestantes, em seus diferentes informes ao longo do dia.
Até o final da tarde, segundo o portal do "Estadão", um dos mais empenhados promotores das manifestações na avenida Paulista, em nenhum momento, até as 19 horas, o protesto passou de 500 participantes.


Seja como for, foi bem menos gente do que o registrado na maior manifestação do fracassado "Cansei", promovida no dia 17 de agosto de 2007, na praça da Sé, em São Paulo, com o apoio da Febraban (a federação dos bancos) e da Abert ( a associação das grandes emissoras de televisão), entre outras mais de 60 entidades da "sociedade civil organizada".


Segundo a Polícia Militar, havia 5 mil pessoas naquele dia em São Paulo protestando contra o "caos aéreo" do governo Lula e outras mazelas nacionais.


A grande imprensa brasileira, que se uniu para promover o golpe militar de 1964 e eleger Fernando Collor em 1989, parece ter perdido seu poder de mobilização. E seus blogueiros, colunistas e editores amestrados continuam latindo para cada vez menos gente.


Stepan: "Empresários corruptores são traficantes"
Enviado por luisnassif, qua, 07/09/2011 - 20:26

Por Weden

Stepan é um artista, cidadão e deputado sério. Não sei como ele se vira no PPS. Mas, para aumentar ainda mais nossa admiração por ele, propomos que ele mobilize seus colegas parlamentares para que façam andar o projeto de lei que está parado no Congresso e que já prevê punição para empresas corruptoras.
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Stepan estuda forma de punir com mais rigor empresários corruptos

Integrante da Comissão de Segurança Pública, o deputado Stepan Nercessian (PPS-RJ) encomendou à assessoria técnica de seu partido um estudo sobre como tornar mais rigorosa a punição a empresários envolvidos em corrupção com o setor público.

Ele chega a comparar os casos de irregularidades e fraudes que tem esvaziados os cofres públicos brasileiros ao tráfico de drogas, e ressalta que, diferentemente, do narcotráfico, o Brasil, nos casos de corrupção, tem atuado no varejo.

“Diversos empresários se tornaram traficantes da droga chamada corrupção. Por este motivo, precisamos botar esse pessoal na cadeia. Não é possível que eles continuem fomentando este tipo de crime no Brasil”, disse.

O deputado do PPS ressalta que a ideia não é transferir a responsabilidade do Estado para punir as empresas e deixar de lado o agente público que se envolver em falcatruas, mas de atacar o problema dos dois lados.

“O mais assustador é como a corrupção escoou e dominou todos os setores da administração pública. Derruba-se ministro, cassa-se deputado, afasta-se servidor. E o que fazem com o empresário? As empresas envolvidas são as mesmas que, no dia seguinte, ganham licitações públicas. Precisamos urgentemente combater o corruptor brasileiro, que é o PIB brasileiro”, justificou.

Uma das ideias é aumentar o rigor na contratação de empresas e na concessão de financiamentos públicos, além elevar penas para diretores e presidentes destas corporações que forem flagrados oferecendo propina, visando a realização de negócios.
(fonte: http://stepan.com.br/2011/08/04/corrupcao/)

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