Por Assis Ribeiro
Do Europe Against Austerity
Declaração da Conferência europeia contra a austeridade e a privatização
Após um dia de intenso debate, análise e planeamento para a cooperação e a acção, a Conferência Europeia contra a austeridade e a privatização ouviu o secretário da Coligação de Resistência, Andrew Burgin, propor a seguinte Declaração, em nome do Comité Preparatório Europeu. A Declaração foi unanimemente aprovada pela Conferência, à qual compareceram mais de 600 pessoas.
"Era mais do que tempo para esta conferência europeia.
Os povos da Europa enfrentam uma crise social, política e económica sem precedentes.
Nossos governos estão a implementar os mais selvagens cortes de despesas destinados a destruir todos os ganhos sociais do período posterior à guerra. Isto arruinará as vidas de milhões ao devastar empregos, pagamentos, pensões, saúde, educação e outros serviços.
A crise financeira mundial de 2008 foi transformada numa crise de dívida do estado – estados-nação salvaria o sistema financeiro, mas ao assim fazê-lo enfraqueceram gravemente os seus próprios balanços. A Grécia está à beira do incumprimento e outros estados não estarão muito atrás.
A única solução oferecida pela elite dominante é austeridade para a grande maioria e salvamentos para os bancos e o conjunto do sistema financeiro.
Enquanto o povo comum enfrenta grandes dificuldades, milhões de milhões de euros estão a ser despejados nos bolsos dos ricos. Nunca houve uma disparidade maior de riqueza entre o capital e o trabalho – entre ricos e pobres.
Por toda a Europa os povos estão a revidar. Eles estão determinados a defender suas sociedades e vencer o barbarismo da austeridade. Nosso objectivo é ajudar a unir estas lutas. Precisamos de uma frente europeia comum para defender os povos da Europa. Estamos comprometidos a opor-nos a todos os cortes, privatizações e ataques ao estado previdência e a construir solidariedade com resistência a estes ataques.
Portanto apoiamos a resistência dos sindicatos através de greves e outras formas de acção industrial. Dizemos não a guerras imperialistas e à sua drenagem infindável de recursos e dizemos sim ao bem-estar social, paz e justiça.
Opomo-nos a apresentar comunidades imigrantes como bodes expiatórios da crise económica e à incitação ao racismo e à islamofobia que divide e enfraquece a nossa resistência. Faremos campanha contra a ascensão da extrema-direita que procura fazer isto.
O caminho em frente depende tanto da resistência como da elaboração e promoção de uma estratégia económica alternativa: os bancos devem ser colocados sob controle democrático. Bancos privados devem ser socializados e os mercados financeiros regulamentados. A União Europeia e os governos nacionais devem atender às necessidades do povo – não impor programas de austeridade. Elevar impostos para os ricos e as corporações. Deve-se renunciar à dívida ilegítima. Os credores devem ser considerados responsáveis. Nós não pagaremos pela sua crise.
Uma estratégia económica e política alternativa apoiaria o bem-estar, desenvolveria lares, escolas e hospitais, protegeria pensões e promoveria uma abordagem verde para a despesa pública – investindo em energia renovável e transporte público, criando portanto milhões de novos empregos.
Esta conferência resolve construir sobre as ligações desenvolvidas na sua preparação e estabelecer uma coordenação europeia permanente para organizar e suportar a resistência à dívida e à austeridade.
Prometemos apoiar
-as mobilizações dos Indignados em 15 de Outubro,
-as acções contra a dívida e Instituições Financeiras Internacionais de 8 a 16 de Outubro e
-as acções contra a cimeira do G20, em Nice, no mês de Novembro.
Também prometemos trabalhar rumo a um dia de acção comum contra a austeridade em 2012.
Apelamos ao movimento sindical de toda a Europa a que prepare um dia de acção industrial contra a austeridade.
O original encontra-se em http://www.europeagainstausterity.org/10/european-conference-declaration/
http://resistir.info/europa/declaracao_01out11.html
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