Haddad e Marta travam disputa por filão de 25% do PT-SP.
Marina Dias
Apoiadores da pré-candidatura de Marta Suplicy à Prefeitura de São Paulo participaram na noite desta terça-feira (4), em Brasília, de uma reunião para discutir estratégias da pré-campanha para os próximos meses. Um dos objetivos é atrair o apoio do deputado federal Jilmar Tatto, também pré-candidato petista para 2012 e ex-secretário de Marta na época em que ela foi prefeita de São Paulo (2001-2004).
As conversas entre Tatto e Marta têm sido constantes. Para a senadora, é muito importante chegar às prévias com o apoio de seu ex-secretário, que ainda levaria três vereadores com ele. Atualmente, dos onze parlamentares da bancada petista na Câmara Municipal de São Paulo, sete apoiam a pré-candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, um está oficialmente neutro, o presidente municipal do PT, Antonio Donato, e três estão com Jilmar Tatto. Um filão de 25% do partido que poderá ser definitivo para as prévias marcadas para 27 de novembro.
"Eu tenho quase 30% do PT em São Paulo. Para onde for, eu decido. É evidente que estou sendo bastante assediado tanto pelo grupo da Marta como pelo grupo do Haddad, isso é natural", afirma Tatto. No entanto, quando questionado sobre sua preferência, o deputado desconversa. "Se eu fosse fazer algum acordo, teria feito no começo da disputa. Agora sou candidato, vou disputar as prévias e vou ganhar", completa Tatto.
Segundo o deputado estadual João Antonio, um dos principais escudeiros da senadora Marta Suplicy, ela se mantém pré-candidata. "Muita água ainda vai rolar debaixo dessa ponte. Vamos ver quantos candidatos chegarão à reta final. Tenho a leve impressão de que não chegarão todos, a tendência é de uma polarização entre Marta e Haddad".
Já o ministro da Educação é favorito do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff para concorrer às eleições de 2012. Nas últimas semanas, Haddad ganhou musculatura e o apoio da maioria na Câmara Municipal de São Paulo. Além disso, as duas maiores tendência do PT em São Paulo - Novo Rumo e Construindo um Novo Brasil (CNB), respectivamente - declararam apoio ao ministro. A partir daí, o grupo de Haddad também mirou Tatto.
É dada a largada
Petistas já começaram a organizar a pré-campanha de Haddad e a disputa pela coordenação gira em torno do deputado federal Vicente Cândido e do vereador Chico Macena. Se quiser concorrer à reeleição no ano que vem, Macena não poderá assumir a campanha, de fato, caso o ministro vença as prévias. No entanto, dirigentes do partido acreditam que, se for o escolhido, é bem capaz que o vereador desista de se lançar candidato em 2012.
A avaliação é a de que Haddad ganhou confiança com o apoio de parlamentares e prefeitos para ir às prévias. "Inicialmente, a ideia era chegar a um consenso, porque Haddad poderia perder uma eventual disputa interna. Agora, não. Ele está confiante na vitória", opina um petista.
O deputado João Antonio rebate. "Haddad cresceu, ganhou musculatura e é um excelente quadro político no PT. Mas o grupo dele começou a se preparar para as prévias porque viu que a vontade de Marta em ser candidata é muito objetiva. Não havendo consenso, Marta vai até o fim". Inclusive, a senadora já deu o ok para que seja montada a equipe de coordenação de sua pré-campanha.
Pessoas ligadas ao ministro e mesmo as que assistem de perto ao entusiasmo da senadora afirmam que, se a presidente Dilma oferecer algum quadro "mais concreto", como um ministério, por exemplo, Marta pode desistir de entrar em uma disputa contra a vontade do ex-presidente Lula. A conferir.
Terra Magazine
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