Do Blog do Ricardo Kotscho.
Os bancos não podem continuar cobrando os mesmos juros enquanto a taxa básica cai, a economia permanece estável e a maioria paga as suas contas em dia. O setor financeiro não tem como explicar essa lógica perversa aos brasileiros.
(Presidente Dilma Rousseff, no pronunciamento feito em cadeia nacional de rádio e televisão na véspera do 1º de Maio)
***
A decisão tomada pela presidente Dilma Reousseff de partir para o ataque contra os altos juros cobrados pelos bancos vai na mesma linha do combate à inflação desfechado pelo Plano Real que, nos anos 1990. elegeu duas vezes Fernando Henrique Cardoso para a presidência da República.
A diferença é que Dilma já está na presidência há 16 meses e seu governo bate seguidos recordes de popularidade. Se a inflação era o maior problema da economia brasileira no período pós-ditadura, os juros altos são o maior entrave hoje para o crescimento sustentável do país.
Nada mais justo, portanto, que Dilma aproveite a sua lua de mel com a população para fazer o que nenhum antecessor dela teve coragem: confrontar o setor financeiro cujos lucros crescem em progressão geométrica a cada ano.
Meu amigo José Alencar, o vice de Lula, já falecido, com certeza ficaria orgulhoso de ver a presidente falando na televisão. Afinal, ele passou oito anos no governo reclamando dos juros altos. Dilma agora atendeu aos seus apelos.
O governo estava de olho nos bancos desde agosto do ano passado, quando o Banco Central começou a reduzir a taxa básica de juros (Selic), que hoje está em 9% ao ano, a mais baixa dos últimos tempos.
Os grandes bancos brasileiros nem se coçaram com a iniciativa de Dilma e continuam cobrando 185% de juros ao ano no cheque especial. De fato, é um acinte para a população brasileira que o chamado "spread", a diferença entre o que o banco nos paga de rendimentos e o que cobra quando vamos fazer um empréstimo: 176 pontos percentuais.
Para quem a conhece, até que demorou muito para Dilma perder a paciência. Sem subir o tom de voz, com o semblante sereno, mas com firmeza, ela foi direto ao ponto no pronunciamento da noite sesta segunda-feira:
"É inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com os juros mais altos do mundo", cobrou a presidente na TV.
Até abril, o governo tentou negociar a redução dos juros com o presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Murilo Portugal, mas o setor não queria ceder nada e ainda tentou tirar alguma vantagem.
Foi a gota d´água. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, dispensou a interlocução de Portugal e determinou aos principais bancos públicos do pais, o Banco do Brasil e a Caixa Economia Federal, que tomassem a iniciativa de reduzir os juros. Os grandes bancos privados, para não perder a freguesia, teriam que vir atrás, o que de fato já está acontecendo.
Apesar de tratar de um problema econômico, o discurso de Dilma foi essencialmente político, ao pedir diretamente à população que procure as taxas de juros mais baixas.
"A Caixa e o Banco do Brasil escolheram o caminho do bom exemplo e da saudável concorrência de mercado, provando que é possível baixar os juros cobrados dos seus clientes em empréstimos, cartões, cheque especial, inclusive no crédito consignado".
É tudo o que gostariam de ouvir os brasileiros que foram às compras nos últimos anos e agora fazem contas para ver como vão pagar suas dívidas. Com juros menores, eles ganharão confiança até para comprar o que falta _ e a economia continuará girando.
É este o Plano Real de Dilma Rousseff, um belo presente para os trabalhadores no seu dia, até para os que estão trabalhando no feriado...
Atacar juros é o Plano Real de Dilma
Os bancos não podem continuar cobrando os mesmos juros enquanto a taxa básica cai, a economia permanece estável e a maioria paga as suas contas em dia. O setor financeiro não tem como explicar essa lógica perversa aos brasileiros.
(Presidente Dilma Rousseff, no pronunciamento feito em cadeia nacional de rádio e televisão na véspera do 1º de Maio)
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A decisão tomada pela presidente Dilma Reousseff de partir para o ataque contra os altos juros cobrados pelos bancos vai na mesma linha do combate à inflação desfechado pelo Plano Real que, nos anos 1990. elegeu duas vezes Fernando Henrique Cardoso para a presidência da República.
A diferença é que Dilma já está na presidência há 16 meses e seu governo bate seguidos recordes de popularidade. Se a inflação era o maior problema da economia brasileira no período pós-ditadura, os juros altos são o maior entrave hoje para o crescimento sustentável do país.
Nada mais justo, portanto, que Dilma aproveite a sua lua de mel com a população para fazer o que nenhum antecessor dela teve coragem: confrontar o setor financeiro cujos lucros crescem em progressão geométrica a cada ano.
Meu amigo José Alencar, o vice de Lula, já falecido, com certeza ficaria orgulhoso de ver a presidente falando na televisão. Afinal, ele passou oito anos no governo reclamando dos juros altos. Dilma agora atendeu aos seus apelos.
O governo estava de olho nos bancos desde agosto do ano passado, quando o Banco Central começou a reduzir a taxa básica de juros (Selic), que hoje está em 9% ao ano, a mais baixa dos últimos tempos.
Os grandes bancos brasileiros nem se coçaram com a iniciativa de Dilma e continuam cobrando 185% de juros ao ano no cheque especial. De fato, é um acinte para a população brasileira que o chamado "spread", a diferença entre o que o banco nos paga de rendimentos e o que cobra quando vamos fazer um empréstimo: 176 pontos percentuais.
Para quem a conhece, até que demorou muito para Dilma perder a paciência. Sem subir o tom de voz, com o semblante sereno, mas com firmeza, ela foi direto ao ponto no pronunciamento da noite sesta segunda-feira:
"É inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com os juros mais altos do mundo", cobrou a presidente na TV.
Até abril, o governo tentou negociar a redução dos juros com o presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Murilo Portugal, mas o setor não queria ceder nada e ainda tentou tirar alguma vantagem.
Foi a gota d´água. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, dispensou a interlocução de Portugal e determinou aos principais bancos públicos do pais, o Banco do Brasil e a Caixa Economia Federal, que tomassem a iniciativa de reduzir os juros. Os grandes bancos privados, para não perder a freguesia, teriam que vir atrás, o que de fato já está acontecendo.
Apesar de tratar de um problema econômico, o discurso de Dilma foi essencialmente político, ao pedir diretamente à população que procure as taxas de juros mais baixas.
"A Caixa e o Banco do Brasil escolheram o caminho do bom exemplo e da saudável concorrência de mercado, provando que é possível baixar os juros cobrados dos seus clientes em empréstimos, cartões, cheque especial, inclusive no crédito consignado".
É tudo o que gostariam de ouvir os brasileiros que foram às compras nos últimos anos e agora fazem contas para ver como vão pagar suas dívidas. Com juros menores, eles ganharão confiança até para comprar o que falta _ e a economia continuará girando.
É este o Plano Real de Dilma Rousseff, um belo presente para os trabalhadores no seu dia, até para os que estão trabalhando no feriado...
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