Ernesto Carmona
Periodista y escritor chileno, secretario ejecutivo de la Comisión Investigadora de Atentados a Periodistas (Ciap) de la Federación Latinoamericana de Periodistas (Felap)
Adital
O pequeno grupo está estreitamente interconectado através das juntas diretivas corporativas e constitui uma rede de poder que poderia ser vulnerável ao colapso e propensa ao "risco sistêmico”, segundo diversas opiniões. O Projeto Censurado da Universidade Sonoma State da Califórnia desclassificou esta notícia sepultada pelos meios e seu ex-diretor Peter Phillips, professor de sociologia nessa universidade, ex-diretor do Projeto Censurado e atual presidente da Fundação Media Freedom /Project Censored, a citou em seu trabalho "The Global 1%: Exposing the Transnational Ruling Class” (O 1%: Exposição da Classe Dominante Transnacional), firmado com Kimberly Soeiro e publicado em ProjectCensored.org.
Os autores do estudo são Stefania Vitali, James B. Glattfelder e Stefano Battiston, investigadores da Universidade de Zurich (Suíça), que publicaram seu trabalho em 26 de outubro de 2011, sob o título "A Rede de Controle Corporativo Global” (The Network of Global Corporate Control) na revista científica PlosOne.org.
Na apresentação do estudo publicado em PlosOne, os autores escreveram: "A estrutura da rede de controle das empresas transnacionais afeta a competência do mercado mundial e a estabilidade financeira. Até agora, foram estudadas só pequenas mostras nacionais e não existia uma metodologia adequada para avaliar o controle em nível mundial. Apresenta-se a primeira investigação da arquitetura da rede de propriedade internacional, junto com o cálculo da função mantida por cada jogador global”.
"Encontramos que as corporações transnacionais formam uma gigantesca estrutura como gravata de laço e que uma grande parte dos fluxos de controle conduze a um pequeno núcleo muito unido de instituições financeiras. Este núcleo pode ser visto como um bem econômico, uma "super entidade” que esboça novas questões importantes, tanto para os investigadores e responsáveis políticos”.
O jornal conservador britânico Daily Mail foi talvez o único do mundo que deu esta notícia, em 20 de outubro de 2011, apresentada por Rob Waugh sob o chamativo título "Existe uma "super corporação que dirige a economia global? Estudo afirma que poderia ser terrivelmente instável. A investigação encontrou que 147 empresas criaram uma "super entidade” dentro do grupo, controlando 40% da riqueza”.
Waugh explica que o estudo da Universidade de Zurich "prova” que um pequeno grupo de companhias – principalmente bancos – exerce um poder enorme sobre a economia global. O trabalho foi o primeiro a examinar um total de 43.060 corporações transnacionais, a teia da propriedade entre elas e estabeleceu um "mapa” de 1.318 empresas como coração da economia global.
"O estudo encontrou que 147 empresas desenvolvem em seu interior uma "super entidade”, controladora de 40% de sua riqueza. Todos possuem parte ou a totalidade de um e outro. A maioria são bancos – os 20 top, incluindo Barclays e Goldman Sachs. Mas a estrita relação significa que a rede poderia ser vulnerável ao colapso”, escreveu Waugh.
O tamanho dos círculos representa as receitas. Os círculos vermelhos são "corporações super conectadas” enquanto os amarelos são "corporações muito conectadas”. As 1.318 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia globalizada mostram suas conexões de propriedade parcial entre uns e outros, e o tamanho das receitas. Através das empresas seus proprietários controlam a maior parte da economia "real”
"Em efeito, menos de 1% das empresas foi capaz de controlar 40% de toda a rede”, disse ao Daily Mail James Glattfelder, teórico de sistemas complexos do Instituto Federal Suíço de Zurich, um dos três autores da investigação.
Alguns dos supostos que subjacem no estudo foram criticados, como a ideia de que propriedade equivale a controle. "No entanto, os investigadores suíços não têm nenhum interesse pessoal: se limitaram a aplicar à economia mundial modelos matemáticos utilizados habitualmente para modelar sistemas naturais, usando Orbis 2007, uma base de dados que contém 37 milhões de empresas e investidores”, informou Waugh.
Economistas como John Driffil, da Universidade de Londres, especialista em macroeconomia, disse à revista New Scientist que o valor do estudo não radicava em ver quem controla a economia global, mas mostra as estreitas conexões entre as maiores corporações do mundo. O colapso financeiro de 2008 mostrou que este tipo de redes estreitamente unidas pode ser instável. "Se uma empresa sofre angústia, esta se propaga”, disse Glattfelder.
Para Rob Waugh e o Daily Mail há um "mas”: "Parece pouco provável que as 147 corporações no coração da economia mundial pudessem exercer um poder político real, pois representam demasiados interesses”, assegurou o diário conservador britânico.
A riqueza global do mundo se estima que ronde os 200 bilhões de dólares, ou seja, duas centenas de milhões de milhões. Segundo Peter Phillips e Kimberly Soeiro, o 1% mais rico da população do planeta agrupa, aproximadamente, 40% milhões de adultos. Estas pessoas constituem o segmento mais rico dos primeiros escalões da população dos países mais desenvolvidos e, intermitentemente, em outras regiões.
Segundo o livro de David Rothkopf "Super classe: a Elite do Poder Mundial e o Mundo que Está Criando”, a super elite abarcaria aproximadamente a 0,0001% (1 milionésima) da população do mundo e compreenderia a umas 6.000 a 7.000 pessoas, ainda que outras assinalem 6.660. Entre esse grupo haveria que buscar aos donos das 147 corporações que cita o estudo dos investigadores de Zurich.
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