Carlos Chagas
Mudou o panorama político a partir da iniciativa do senador Aécio Neves de lançar sua candidatura presidencial em 2014, “mesmo que precise enfrentar o Lula ou Dilma”. O ex-governador de Minas quebrou a casca por dentro do ovo, botou o bico para fora e sinalizou estar disposto à disputa. Seu gesto obriga outros hipotéticos candidatos a se mover. José Serra, para começar. Geraldo Alckmin também. Até Fernando Henrique.
Percebeu Aécio Neves estar ocupada a metade do quadro sucessório. Definiram-se, faz muito, o governo, o PT e forças afins, as lideranças sindicais e boa parte das cúpulas empresariais. Será Dilma a candidata, se seu governo prosseguir como vai, chegando aos 81% de popularidade. Ou será o Lula, caso a sucessora malogre diante de algum obstáculo.
Quanto mais o tempo decorresse sem um gesto inicial do senador pelo PSDB, pior seria para o partido. Menos pela guerra surda entre seus possíveis pretendentes ao palácio do Planalto, mais pela distância crescente entre eles e os companheiros, que sabem o que querem. Por que os tucanos, até agora, querem o que não sabem.
Caso Serra, Alckmin, Fernando e outros mantenham-se em silêncio, estarão favorecendo Aécio. Não poderão ignorar impunemente sua entrada no palco. E se começarem a admitir pretensões proprias, reconhecerão ter o neto de Tancredo Neves saído na frente
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