Alessandra Correa
Começou como um protesto de um grupo de descontentes - com as grandes corporações, os crimes financeiros, o alto nível de desemprego e a situação geral da economia americana - que resolveram montar acampamento perto de Wall Street, em Nova York.
Mas três semanas depois, o movimento batizado de "Ocupe Wall Street" se espalhou pelos Estados Unidos e até pelo exterior e não para de ganhar adeptos e a simpatia não apenas de trabalhadores, estudantes e da população em geral, mas também de autoridades.
Uma pesquisa recém-divulgada pelo instituto Rasmussen revela que 33% dos americanos têm opinião favorável sobre o movimento, enquanto 27% são contra (outros 40% não têm opinião formada).
Entre os mil adultos entrevistados para a pesquisa, 79% disseram concordar com a declaração dos manifestantes de que "os grandes bancos foram salvos, mas a classe média foi deixada para trás".
Até o secretário do Tesouro, Tim Geithner, já disse que tem "muita simpatia pelas pessoas que sofreram com a década perdida", mesma linha adotada nos últimos dias por outras autoridades, como o presidente do Fed (o banco central americano), Ben Bernanke.
Todas essas demonstrações de simpatia pelos manifestantes ocorrem ao mesmo tempo em que os americanos parecem estar cada vez mais descontentes com a classe política e a situação do país.
No mesmo dia em que o levantamento do instituto Rasmussen foi divulgado, outra pesquisa, conduzida pela rede ABC News e pelo jornal Washington Post, revela que a aprovação do Congresso chegou ao pior índice desde meados da década de 70.
Segundo a pesquisa, apenas 35% dos americanos aprovam a maneira como o presidente Barack Obama trata da economia, nível considerado baixo. Mas ainda menos pessoas (20%) aprovam a atuação dos congressistas republicanos em relação ao tema.
Diante desse cenário de desilusão, não é surpreendente que os protestos iniciados em Wall Street continuem a ganhar adeptos pelo país afora.
BBC
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