quinta-feira, 26 de abril de 2012

POLÍTICA - Eleições no Rio de Janeiro.

Do blog do Ricardo Kotscho


Eleições/Rio: Freixo vai ao ataque contra Paes

Ainda não há sinais de campanha no Rio de Janeiro, mas o mais animado com as eleições de outubro parece ser o candidato do pequeno PSOL, o professor de História Marcelo Freixo, 45 anos, deputado estadual em segundo mandato, que se notabilizou na área de segurança ao combater as milícias e a corrupção policial.
Mesmo sem ter feito aliança com qualquer outro partido, o que lhe dá apenas um minuto na TV, e contrariando todas as pesquisas, Freixo acredita que o Rio terá segundo turno _ e trabalha para estar nele. Para isso, pretende intensificar o trabalho nas redes sociais e fazer uma campanha de rua com a militância.
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A campanha dele é a mais radical nos ataques ao atual prefeito, Eduardo Paes, do PMDB, candidato à reeleição por uma monumental aliança de 19 partidos e que conta com o apoio dos governos estadual e federal.
"O poder público desapareceu e a prefeitura virou um balcão de negócios para grandes investimentos, principalmente das empreiteiras e dos poderosos que tudo transformam em mercadoria", disparou Freixo, no começo da tarde do dia 18, em seu acanhado gabinete nos fundos de um corredor atulhado de móveis, na Assembléia Legislativa do Rio.
Em entrevista exclusiva ao R7, o deputado afirma que o prefeito Eduardo Paes virou um síndico e despolitizou a política. "Isso gera um processo de cidade-empresa que faz do Rio uma das cidades mais caras do mundo, sem ter qualquer retorno para o cidadão".
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Marcelo Freixo acusa o poder público de ter se transformado numa agência de interesses de grandes empresários e faz ataques diretos ao partido do prefeito e do governador Sergio Cabral, o PMDB:
"Uma boa parte do empresariado carioca se vê massacrada por esta lógica que é muito corrupta, meia dúzia de grandes empresários dominando os interesses públicos, principalmente determinadas empreiteiras. É o exemplo da Delta e das suas relações suspeitas com o PMDB".
As prioridades do candidato são a saúde pública e o transporte, justamente as áreas em que ele concentra suas críticas à atual administração. "Temos a segunda cidade mais rica e o pior atendimento de saúde do país. As pessoas estão morrendo. O transporte do Rio de Janeiro é uma piada, os empresários fazem o que querem. Ônibus não é transporte de massa e o metrô do Rio é uma tripa".
Freixo não está preocupado com a falta de alianças e recursos, e acha isso até bom. "Graças a Deus, não temos uma aliança com 19 partidos para ter que fatiar o Estado entre este bando, que na verdade só quer sugar do estado aquilo que ele pode oferecer em termos de interesses privados".
Para governar, caso eleito, ele pretende convidar pessoas de outros partidos, como Fernando Gabeira, do PV, e Alessandro Molon, do PT. Com seu nome sempre ligado à área de segurança pública, Freixo não teme se transformar no candidato de uma nota só.
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"A segurança pública é um tema importante, mas não é o único. Eu sou professor de História, sempre militei na Educação. Estamos fazendo o programa com a participação de vários médicos, professores, urbanistas e intelectuais".
Freixo nunca pensou em viver noutra cidade, mas se saísse do Rio iria para Friburgo, na região serrana, "na hora em que eu cansar de todas as brigas". Das experiências administrativas de outras cidaes, gostaria de trazer para o Rio as soluções para o transporte coletivo adotadas em Curitiba e o orçamento participativo de Porto Alegre.
Quando lhe perguntei sobre o que a atual administração fez de melhor e pior pela cidade, ele elogiou as afrenas culturais e novamente criticou a situação da saúde: "O que acontece hoje na rede hospitalar, o que acontece na saúde pública do Rio de Janeiro é um crime".
O candidato do PSOL baseia suas esperanças na conquista dos votos da esquerda carioca,inclusive do PT, partido aliado a Eduardo Paes, dados a Fernando Gabeira, do PV, que disputou pau a pau a última eleição com Eduardo Paes.
Considerando-se "absolutamente preparado" para o cargo do prefeito, mesmo diante dos desafios de sediar jogos da Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, Marcelo Freixo está preocupado com o legado que estes eventos vão deixar para a cidade.
"Não tem cabimento o poder público se empenhar para estes grandes eventos e que eles sejam bons só para quem os organiza, deixando um prejuízo enorme, como foi no Pan-americano. Qual o legado que a cidade do Rio teve com os Jogos Pan-americanos, em que o poder público arcou com 95% dos gastos, absolutamente superfaturados?".
Veja a seguir a íntegra da entrevista de Marcelo Freixo, em texto, áudio e vídeo.


Texto: Prefeitura do Rio se tornou um balcão de negócios, diz Freixo

Nas duas quartas-feiras seguintes, serão publicadas as entrevistas com Otávio Leite, do PSDB, e Rodrigo Maia, do DEM. O prefeito Eduardo Paes, do PMDB, não atendeu ao nosso pedido de entrevista.

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