Do Blog do Miro
Por Sérgio Cruz, no jornal
Hora do Povo:
Começa nesta semana a CPMI do “Cachoeiragate” que vai investigar as
conexões do crime organizado chefiado por Carlinhos Cachoeira com o senador
Demóstenes Torres (ex-Dem), a revista Veja, o governador tucano Marconi Perillo,
além de outras falcatruas.
As gravações autorizadas pela Justiça, feitas pela Operação Monte Carlo, da PF, não deixam dúvidas de que Demóstenes agia politicamente para a organização criminosa de Cachoeira. Já a revista Veja, que tenta desesperadamente desviar o foco das investigações, não conseguirá escapar de explicar na CPMI os 200 telefonemas gravados entre a direção da revista e Cachoeira.
É claro que todas as conexões do Cachoeira serão investigadas. Não adianta Veja se apressar em querer pautar a CPMI dizendo que “o foco da investigações será a Delta”. A CPMI vai investigar a Delta, mas antes dela tem muita coisa grave envolvendo a própria revista, que precisa ser esclarecido. Quem trocou 200 telefonemas e armou “vários furos” com os bandidos, não tem como escapar das investigações. Assim como o Demóstenes, que, segundo as gravações, teria, entre outras coisas, recebido até R$ 1,5 milhão, de uma só vez, do bando de Cachoeira. Aquele mesmo Demóstenes que já integrava a quadrilha e assim mesmo foi brindado com uma capa da Veja, inclusive apresentado como “mosqueteiro da moralidade”. Também não adianta o resto da mídia silenciar sobre o envolvimento da Veja com os criminosos, como faz Globo e a Folha. Tudo vai ter que ser esclarecido.
E, se depender do deputado Fernando Ferro (PT-PE), Roberto Civita, o dono da revista, será um dos primeiros a ser convocados para prestar esclarecimentos sobre as ligações da Veja com o crime organizado. Em discurso da tribuna da Câmara o deputado afirmou que a revista Veja é “o próprio crime organizado fazendo jornalismo”. O parlamentar garantiu que assim que a CPMI for instalada, vai entrar com uma petição para convocar Civita. Em entrevista à Rede Brasil Atual, ele afirmou que a revista “fomentou, incentivou, financiou esses delinquentes a terem esse tipo de comportamento”, referindo-se à rede ilegal de atuação do contraventor Carlinhos Cachoeira.
“Cabe ao órgão de imprensa trazer esclarecimentos sobre essa relação, o porquê de tantos telefonemas identificados na investigação da Polícia Federal. Independentemente de quem seja, o Civita ou não, os responsáveis pela Veja terão de responder sobre isso”, afirmou Fernando Ferro. “É uma relação estranha, que tem laços de cumplicidade com esse submundo. Na verdade, isso vem lá de trás, em vários momentos. Essas denúncias espetaculosas da Veja, todas elas estão sendo lastreadas por esse processo de espionagem e arapongagem”, denunciou. “Essas ações da Veja têm tudo a ver com crime organizado, não com jornalismo”, disse Ferro.
Ninguém na comissão vai cair nessa história da carochinha, inventada pela revista, de que os telefonemas e os acertos feitos por Policarpo Jr. diretamente com Cachoeira ou com outros integrantes do bando faziam parte de seu “trabalho investigativo”. Além das animadas e comprometedoras conversas entre Cachoeira e o diretor da revista, as ligações flagraram também Policarpo encomendando diretamente os serviços sujos ao capanga de Cachoeira, o ex-agente Jairo Martins. A intimidade entre Jairo e Policarpo era tão grande, que, numa certa hora nas gravações, Cachoeira fica com ciúmes e aparece lembrando ao cúmplice quem era o chefe da quadrilha. “A gente tem que trabalhar com ele em grupo. Porque os grandes furos do Policarpo fomos nós que demos, rapaz”, lembra Cachoeira.
Outro que está na mira da CPMI é o governador tucano de Goiás, Marconi Perillo. A Polícia Federal identificou que o esquema criminoso comandado por Cachoeira tinha influência dentro do Palácio do Governo. Segundo a PF, Cachoeira nomeou vários integrantes do governo Perillo. Suspeita-se que a chefe de gabinete do governador, Eliane Gonçalves Pinheiro, tenha sido uma delas. Em uma das escutas, Cachoeira e Eliane falaram cifrado sobre um tal “maior”. “O ‘maior’ está aqui ao meu lado”, disse ela a Cachoeira, que respondeu: “diga a ele porque ele vai ficar contente com a notícia”. Na conversa, Cachoeira alerta Eliane que a PF vai desencadear uma operação contra algumas prefeituras suspeitas de fraude, entre elas uma cujo prefeito era aliado de Perillo.
Perillo negou de pés juntos que seja ele o “maior”, referido na conversa grampeada entre Eliane e Cachoeira. Ele disse que só esteve com Cachoeira uma vez “socialmente”. Mas depois teve que admitir que se encontrou com Cachoeira para discutir, segundo ele, “isenções fiscais” para a empresa farmacêutica do contraventor. Além do mais, em novas gravações feitas PF vindas a público, o braço direito do contraventor Carlinhos Cachoeira, o ex-vereador do PSDB, Wladimir Garcez, dá a entender que Marconi Perillo (PSDB) pediu para se encontrar com o bicheiro. Estranho é que a secretária de Perillo saiu imediantamente de circulação, demitida logo depois de conhecida a gravação.
Não há dúvida, portanto, que esses casos mais escandalosos terão prioridade nas investigações da CPMI. Nenhuma cortina de fumaça vai impedir os parlamentares de começarem a CPMI desvendando a associação para o crime entre o senador mosqueteiro, a revista Veja e o governador de Goiás. Sem prejuízo do esclarecimento de outras irregularidades.
As gravações autorizadas pela Justiça, feitas pela Operação Monte Carlo, da PF, não deixam dúvidas de que Demóstenes agia politicamente para a organização criminosa de Cachoeira. Já a revista Veja, que tenta desesperadamente desviar o foco das investigações, não conseguirá escapar de explicar na CPMI os 200 telefonemas gravados entre a direção da revista e Cachoeira.
É claro que todas as conexões do Cachoeira serão investigadas. Não adianta Veja se apressar em querer pautar a CPMI dizendo que “o foco da investigações será a Delta”. A CPMI vai investigar a Delta, mas antes dela tem muita coisa grave envolvendo a própria revista, que precisa ser esclarecido. Quem trocou 200 telefonemas e armou “vários furos” com os bandidos, não tem como escapar das investigações. Assim como o Demóstenes, que, segundo as gravações, teria, entre outras coisas, recebido até R$ 1,5 milhão, de uma só vez, do bando de Cachoeira. Aquele mesmo Demóstenes que já integrava a quadrilha e assim mesmo foi brindado com uma capa da Veja, inclusive apresentado como “mosqueteiro da moralidade”. Também não adianta o resto da mídia silenciar sobre o envolvimento da Veja com os criminosos, como faz Globo e a Folha. Tudo vai ter que ser esclarecido.
E, se depender do deputado Fernando Ferro (PT-PE), Roberto Civita, o dono da revista, será um dos primeiros a ser convocados para prestar esclarecimentos sobre as ligações da Veja com o crime organizado. Em discurso da tribuna da Câmara o deputado afirmou que a revista Veja é “o próprio crime organizado fazendo jornalismo”. O parlamentar garantiu que assim que a CPMI for instalada, vai entrar com uma petição para convocar Civita. Em entrevista à Rede Brasil Atual, ele afirmou que a revista “fomentou, incentivou, financiou esses delinquentes a terem esse tipo de comportamento”, referindo-se à rede ilegal de atuação do contraventor Carlinhos Cachoeira.
“Cabe ao órgão de imprensa trazer esclarecimentos sobre essa relação, o porquê de tantos telefonemas identificados na investigação da Polícia Federal. Independentemente de quem seja, o Civita ou não, os responsáveis pela Veja terão de responder sobre isso”, afirmou Fernando Ferro. “É uma relação estranha, que tem laços de cumplicidade com esse submundo. Na verdade, isso vem lá de trás, em vários momentos. Essas denúncias espetaculosas da Veja, todas elas estão sendo lastreadas por esse processo de espionagem e arapongagem”, denunciou. “Essas ações da Veja têm tudo a ver com crime organizado, não com jornalismo”, disse Ferro.
Ninguém na comissão vai cair nessa história da carochinha, inventada pela revista, de que os telefonemas e os acertos feitos por Policarpo Jr. diretamente com Cachoeira ou com outros integrantes do bando faziam parte de seu “trabalho investigativo”. Além das animadas e comprometedoras conversas entre Cachoeira e o diretor da revista, as ligações flagraram também Policarpo encomendando diretamente os serviços sujos ao capanga de Cachoeira, o ex-agente Jairo Martins. A intimidade entre Jairo e Policarpo era tão grande, que, numa certa hora nas gravações, Cachoeira fica com ciúmes e aparece lembrando ao cúmplice quem era o chefe da quadrilha. “A gente tem que trabalhar com ele em grupo. Porque os grandes furos do Policarpo fomos nós que demos, rapaz”, lembra Cachoeira.
Outro que está na mira da CPMI é o governador tucano de Goiás, Marconi Perillo. A Polícia Federal identificou que o esquema criminoso comandado por Cachoeira tinha influência dentro do Palácio do Governo. Segundo a PF, Cachoeira nomeou vários integrantes do governo Perillo. Suspeita-se que a chefe de gabinete do governador, Eliane Gonçalves Pinheiro, tenha sido uma delas. Em uma das escutas, Cachoeira e Eliane falaram cifrado sobre um tal “maior”. “O ‘maior’ está aqui ao meu lado”, disse ela a Cachoeira, que respondeu: “diga a ele porque ele vai ficar contente com a notícia”. Na conversa, Cachoeira alerta Eliane que a PF vai desencadear uma operação contra algumas prefeituras suspeitas de fraude, entre elas uma cujo prefeito era aliado de Perillo.
Perillo negou de pés juntos que seja ele o “maior”, referido na conversa grampeada entre Eliane e Cachoeira. Ele disse que só esteve com Cachoeira uma vez “socialmente”. Mas depois teve que admitir que se encontrou com Cachoeira para discutir, segundo ele, “isenções fiscais” para a empresa farmacêutica do contraventor. Além do mais, em novas gravações feitas PF vindas a público, o braço direito do contraventor Carlinhos Cachoeira, o ex-vereador do PSDB, Wladimir Garcez, dá a entender que Marconi Perillo (PSDB) pediu para se encontrar com o bicheiro. Estranho é que a secretária de Perillo saiu imediantamente de circulação, demitida logo depois de conhecida a gravação.
Não há dúvida, portanto, que esses casos mais escandalosos terão prioridade nas investigações da CPMI. Nenhuma cortina de fumaça vai impedir os parlamentares de começarem a CPMI desvendando a associação para o crime entre o senador mosqueteiro, a revista Veja e o governador de Goiás. Sem prejuízo do esclarecimento de outras irregularidades.
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