Serra foi ao ataque para diminuir a desvantagem de 11 pontos (48% a 37%) que tinha em relação a Haddad no Ibope da semana passada.
Desde a estreia do horário eleitoral na segunda-feira (15), o tucano bateu pesado no caso do mensalão, no chamado "kit gay" e nas provas do Enem para derrubar e desqualificar o seu adversário.
Resultado: na nova pesquisa Ibope divulgada há pouco, no começo da noite desta quarta-feira (17), a diferença aumentou para 16 pontos (49% a 33%), a apenas 11 dias da eleição.
Nos votos válidos, a diferença chega a 20% (60% a 40%).
Se tivesse ouvido os conselhos de quem trabalha com ele no comitê eleitoral do PSDB, o tucano não teria errado de novo, como já aconteceu na disputa presidencial de 2010, quando também concentrou seu discurso nos ataques a Dilma Rousseff.
O desastre já estava anunciado em reportagem publicada na edição de hoje do Estadão, que não pode propriamente ser chamado de jornal petista (em 2010, deu seu apoio a Serra em editorial). Sob o título "Serra volta a criticar `kit gay´federal; PSDB já vê prejuízo", diz a matéria:
"Parte da coordenação de campanha de Serra acredita que a discussão sobre o tema não beneficia o tucano e que mesmo as críticas feitas por pastores evangélicos ao material podem colar no candidato do PSDB uma imagem de político conservador".
Mais uma vez, Serra mostra que não esquece, não perdoa e não aprende. Pego no pulo esta semana, com a revelação de que tinha lançado uma cartilha anti-homofobia quando era governador, semelhante ao tal "kit gay" do governo federal, que não chegou a ser distribuído, Serra recuou e disse que essa era "uma pauta da imprensa".
Pois foi o próprio candidato quem botou o "kit gay" no centro da campanha em entrevista à rádio Jovem Pan, no mês de agosto, e não parou mais de falar no assunto quase todo dia para fustigar Haddad, importando até o pastor carioca Silas Malafaia para ajudá-lo na tarefa.
Não deu outra: apesar do torrencial noticiário sobre a condenação de petistas no julgamento do mensalão, que virou carro-chefe da campanha tucana no rádio e na televisão, junto com o "kit gay", o candidato petista Fernando Haddad subiu um ponto e Serra caiu quatro de uma pesquisa para outra. É simples explicar: Haddad priorizou seu programa de governo no rádio e na televisão.
A esta altura, o eterno candidato do PSDB talvez tenha se dado conta que a velha mídia aliada já não decide eleição, nem mesmo em São Paulo.
A não ser que aconteça um tsunami eleitoral, está desenhado no horizonte o triste fim de carreira de um político que queria porque queria ser presidente da República a qualquer preço.
Agora, só falta ele colocar a culpa na imprensa.
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