Por JB Costa

No meu ranking de decepções de homens públicos deste país o ministro Ayres de Brito tem um lugar todo especial; acima até de hours concur.
Nunca nessas minhas 57 primaveras e uns trocados topei com um alto dignatário da República tão subserviente a imprensa; de querer, desejar ser tão sabujo frente ao apelidado quarto Poder. Dá asco e vergonha suas declarações de servilidade. Suas intervenções agora nesse julgamento, sempre para agravar ainda mais a condição dos réus, tem um destino certo: se credenciar perante a mídia.
Esse voto que deu no qual fez as alusões que ensejaram o post foi deu despautério tão grande que falta até parâmetros para avaliá-lo. Se o ministro Joaquim Barbosa merece reparos pelo seu viés de Torquemada, sua rispidez e falta de educação, em contrapartida nada se pode afirmar de concreto acerca do seu ânimo se não de cumprir o seu papel de relator do processo.
Já Ayres de Brito, não. Foi o grande mentor, o grande inspirador, por consequência o maior reponsável, para que essa Ação fosse alvo de tantas contestações. A primeira relacionada com a pressa quase neurótica de seu desfecho se dar antes ou durante o pleito municipal.
Se prestarmos atenção a seus votos, desde o inicio percebe-se bem a sua intenção de extrapolar da esfera penal para a esfera político o escopo do julgamento. Não bastaria só condenar os réus: tem que incluir no rol dos culpados a política e, em especial, o esquema de Poder que assume o palco em 2002.
Na minha opinião o ministro Ayres de Brito manchou sua biografia de maneira indelével com essa postura. E tudo isso por uma migalhas de atenção da mídia. Essa mesma mídia que daqui a seis meses, quando já despido da toga, de nada mais servirá para os seus desígnios políticos-ideológicos
por Daytona
Joaquim Barbosa causou muita revolta por seu comportamento no julgamento da AP 470, mas eu ainda acho que ele realmente acredita no que está fazendo, bem diferente de Ayres Britto, este sim, o ministro mais patético de toda essa trama. Foi ele quem armou o circo, de acordo com os desígnios maiores da mídia corporativa e da elite partidária da extrema direita, ele quem tentou cercear o trabalho do ministro revisor, e ele quem aventa as teses mais especificamente direiconadas contra a democracia brasileira.
Ministro Ayres Britto, poeta e juíz fracassado, vai do esgoto do STF para a lata de lixo da história.
Por Carlos Alberto Alves Marques
Concordo inteiramente. A decepção é completa. O Ayres Brito do julgamento Raposa Serra do Sol, quando precisou amparar-se em muletas dispositivas alcançadas pelo falecido ministro Menezes Direito, parece ter sofrido completa metamorfose. Pelo que Ayres Brito está mostrando nesse julgamento de exceção do STF, onde, como quase sempre, usa de retórica exibicionista com apelos para a arte, esse alimento para a alma nele está soando falso, não revela a expressão do belo. Aparece como mero pingente para adorno de sua vaidosa e falsamente humilde personalidade. É modo de ficar mais vistoso para agradar a velha mídia historicamente golpista e corrupta, que condicionou uma Corte timorata, e que vocaliza o interesse das forças mais retrógradas de nosso Pais; que não se conformam com o progresso social de milhões de brasileiros e condenam responsáveis políticos por essa saudável mudança com base em meros indícios, violentando jurisprudência do próprio STF. Os brasileiros em sua imensa maioria estão atentos e discernem a moralidade cínica e hipócrita dos ministros e da mídia, a quem estão servindo de vassalos, pois usam de severidade com uns e de leniência com outros. As eleições estáo lhes dando a resposta que merecem.