Carlos Frederico Alverga
É preciso debater com seriedade a questão do oligopólio da informação exercido pelos órgãos privados de imprensa na América Latina. Trata-se de uma situação em que a quase unanimidade dos meios de comunicação privados desenvolvem campanhas sistemáticas e avassaladoras contra os governos progressistas da América do Sul, na Argentina, no Brasil, no Uruguai, no Equador, na Venezuela, no Peru.
Sou a favor do pluralismo, da liberdade de expressão e de que a imprensa fiscalize incessantemente o governo, mas a situação é de um domínio quase absoluto dos meios de comunicação privados que acabam por subjugar os governos da região, todos legitimamente eleitos e reeleitos.
Os governos acabam praticamente sem voz e sem quem os defenda. Daí a necessidade da democratização dos meios de comunicação e da criação das TVs públicas, que são tentativas de equilibrar esse jogo desigual.
A Lei argentina, tida como castradora da liberdade de imprensa, divide o mercado das comunicações em um terço para o governo, um terço para os movimentos sociais e um terço para os órgãos privados de comunicação.
Essa é uma divisão razoável. Porém, creio que seria melhor 50% para os órgãos privados de comunicação, 25% para os movimentos sociais e 25% para o governo. Ainda assim penso que o setor privado consideraria essa proposta de divisão do mercado das comunicações como sendo atentatória à liberdade de imprensa.
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