Do blog Luis Nassif
Do jornal O Tempo
Oposição provoca Dilma com série de ataques orquestrados
RODRIGO FREITAS
Depois de um longo período sem conseguir desencadear ações orquestradas, a oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff, parece, agora, ter encontrado o tom para questionar a administração federal. Nas últimas semanas, pelo menos seis interpelações ou pedidos de informações foram feitos ao governo ou aos órgãos de fiscalização. Mais do que exercer o papel de criticar o governo, a oposição tem aproveitado os fatos controversos da gestão Dilma para acumular uma "gordura política" para as eleições de 2014. O objetivo é garantir munição para o ataque ao petismo.
Querendo provocar o governo, DEM, PSDB e PPS têm contribuído para a antecipação do debate eleitoral. O senador presidenciável Aécio Neves (PSDB), por exemplo, pediu, por meio de requerimento ao ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, informações sobre o Sistema de Controle Interno da União. Ele quer dados sobre as investigações dos últimos cinco anos.
O PSDB, por sua vez, quer que o Ministério do Desenvolvimento Social explique a origem dos programas sociais. A legenda levanta dúvidas sobre as declarações de Dilma de que tais projetos começaram a partir do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), diz que "cada partido faz seus questionamentos por livre iniciativa", mas que há "uma coordenação e sintonia" entre as legendas. Ele também admite que há um capital político a partir dessas ações. "Não são problemas levantados apenas na eleição, mas, sim, podem render um capital político. Mostram que a oposição existe, ao contrário do que dizem por aí", disse.
O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) explica que as ações são coordenadas entre as legendas e que a provável candidatura de Aécio à Presidência da República pode se beneficiar das interpelações. "À medida que essas informações forem chegando, tudo vai contribuir para a pré-candidatura do Aécio".
Para Aécio, nos últimos anos, houve sucessivas denúncias de corrupção no âmbito do governo federal. "Todas elas reveladas a partir de denúncias da imprensa. O controle e fiscalização internos em órgãos públicos são fundamentais porque impedem, no nascedouro, a oportunidade de desvios", explicou.
"Estratégia é a mais inteligente"
Para o sociólogo e cientista político Rudá Ricci, não há dúvidas de que a coordenação da oposição nos ataques ao governo da presidente Dilma Rousseff está ligada intimamente a 2014. "Em dez anos, é a primeira movimentação inteligente que vejo, quando o assunto é a oposição", afirma.
Rudá diz ainda que DEM, PPS e PSDB estão aproveitando "os primeiros sinais de esgotamento de Dilma", como o baixo desempenho da economia, para atacar. Porém, ele faz o alerta de que a oposição precisa traduzir o discurso à população e não deve bater "na figura mítica" do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
"Não adianta pensar que bater no Lula vai adiantar. Ele hoje é um mito. O que esses partidos (de oposição) precisam fazer é bater no lado ruim do petismo, como a dificuldade que a legenda tem de lidar com uma gestão mais eficiente", analisa o cientista.
As candidaturas de oposição ainda precisam, na opinião de Rudá Ricci, garantir que os avanços sociais da última década serão mantidos, sem discutir a paternidade dos programas. "Nesse sentido, o Aécio, que vem questionando isso, está no caminho errado", analisa. (RF)
Oposição provoca Dilma com série de ataques orquestrados
RODRIGO FREITAS
Depois de um longo período sem conseguir desencadear ações orquestradas, a oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff, parece, agora, ter encontrado o tom para questionar a administração federal. Nas últimas semanas, pelo menos seis interpelações ou pedidos de informações foram feitos ao governo ou aos órgãos de fiscalização. Mais do que exercer o papel de criticar o governo, a oposição tem aproveitado os fatos controversos da gestão Dilma para acumular uma "gordura política" para as eleições de 2014. O objetivo é garantir munição para o ataque ao petismo.
Querendo provocar o governo, DEM, PSDB e PPS têm contribuído para a antecipação do debate eleitoral. O senador presidenciável Aécio Neves (PSDB), por exemplo, pediu, por meio de requerimento ao ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, informações sobre o Sistema de Controle Interno da União. Ele quer dados sobre as investigações dos últimos cinco anos.
O PSDB, por sua vez, quer que o Ministério do Desenvolvimento Social explique a origem dos programas sociais. A legenda levanta dúvidas sobre as declarações de Dilma de que tais projetos começaram a partir do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), diz que "cada partido faz seus questionamentos por livre iniciativa", mas que há "uma coordenação e sintonia" entre as legendas. Ele também admite que há um capital político a partir dessas ações. "Não são problemas levantados apenas na eleição, mas, sim, podem render um capital político. Mostram que a oposição existe, ao contrário do que dizem por aí", disse.
O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) explica que as ações são coordenadas entre as legendas e que a provável candidatura de Aécio à Presidência da República pode se beneficiar das interpelações. "À medida que essas informações forem chegando, tudo vai contribuir para a pré-candidatura do Aécio".
Para Aécio, nos últimos anos, houve sucessivas denúncias de corrupção no âmbito do governo federal. "Todas elas reveladas a partir de denúncias da imprensa. O controle e fiscalização internos em órgãos públicos são fundamentais porque impedem, no nascedouro, a oportunidade de desvios", explicou.
"Estratégia é a mais inteligente"
Para o sociólogo e cientista político Rudá Ricci, não há dúvidas de que a coordenação da oposição nos ataques ao governo da presidente Dilma Rousseff está ligada intimamente a 2014. "Em dez anos, é a primeira movimentação inteligente que vejo, quando o assunto é a oposição", afirma.
Rudá diz ainda que DEM, PPS e PSDB estão aproveitando "os primeiros sinais de esgotamento de Dilma", como o baixo desempenho da economia, para atacar. Porém, ele faz o alerta de que a oposição precisa traduzir o discurso à população e não deve bater "na figura mítica" do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
"Não adianta pensar que bater no Lula vai adiantar. Ele hoje é um mito. O que esses partidos (de oposição) precisam fazer é bater no lado ruim do petismo, como a dificuldade que a legenda tem de lidar com uma gestão mais eficiente", analisa o cientista.
As candidaturas de oposição ainda precisam, na opinião de Rudá Ricci, garantir que os avanços sociais da última década serão mantidos, sem discutir a paternidade dos programas. "Nesse sentido, o Aécio, que vem questionando isso, está no caminho errado", analisa. (RF)
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