Está aberta a temporada de ensaio geral. Ensaio para as eleições de 2014. E, para isso, os candidatos a candidato contam com a nossa colaboração, a dos jornalistas e a das redes sociais.
Eles ensaiam estratégias, discursos, destinos partidários. Fazem de conta que tudo já é pra valer. E, quando se noticia e se comenta, candidatos e seus assessores, pesquisadores, avaliam o que pega e o que não pega. O que funciona e o que não funciona, o que o eleitor "compra" ou não.
Eduardo Campos (PSB) é governador de Pernambuco, onde tem algo como 90% de aprovação. Nestes dias, ele tem andado pelo Sudeste. Entre outras ações, tem conversado com cúpulas dos grandes grupos de mídia. E, quase sempre na moita, tem conversado também com grandes empresários.
Para medir o pulso e porque, como sabemos, as campanhas eleitorais no Brasil estão entre as mais caras do mundo. Então, alguns terão que bancá-las, pagá-las. Sempre.
Assim, de governo em governo, a oposição ao governo seguinte faz uma CPI. Isso no plano federal, nos Estados e nos municípios. Levam-se meses apurando "como foi possível acontecer uma coisa dessa?". E depois, quase sempre, todos se acertam. Só não se acertam quando o infrator não é do clube. Ou quando age como amador.
Esse quadro, é bom que se diga, vale para todos que jogam o jogo grande. Uns mais, outros menos, mas essa é a regra. A regra não será essa no dia em que, por exemplo, o PMDB não for mais "indispensável à governabilidade".
Esse quadro terá mudado quando Lula não precisar mais engolir, ou ser engolido, pelo Jader, pelo Sarney, por essa gente toda, e quando não precisar posar para fotos com Maluf.
Isso já não será assim quando um Fernando Henrique Cardoso não tiver um Antônio Carlos Magalhães, o ACM, como o homem forte de quase todo seu tempo na Presidência. Ou não tiver Renan Calheiros como seu ministro da Justiça.
Isso será diferente quando, nessa geleia geral, pra não dizer outra coisa, a Comissão de Direitos Humanos não for entregue ao pastor Feliciano (PSC-SP). E quando o Blairo Maggi (PR-MT) não for o escolhido para cuidar do Meio Ambiente.
Ou quando, em nome da "governabilidade", um presidente não precisar arranjar boquinhas para partidos em 39 ministérios; ou em 30, ou em 25… o delírio é igual.
Enquanto isso… parece que o senador Aécio Neves (PSDB-MG), com ajuda do FHC, tenta convencer o Serra a… deixar de ser Serra. E o ex-prefeito Kassab não sabe se vai ou não, se é ou deixa de ser.
Enquanto isso, a presidente Dilma Rousseff, em Roma, empresta abalizadas opiniões ao papa.
Tudo, de todos, sempre registrado para uso posterior. Ou, como se diz no jornalismo, para ser "plantado". Para que se possa medir as reações, afinar discursos, estratégias, candidaturas, etc.
A partir do dia 30 de setembro, esse jogo muda um pouco. Essa data é o fim do prazo para filiações, troca de partidos, ou novos partidos, rumo à eleição de 2014.
Enquanto isso, e até lá, segue o ensaio geral… e a plantação.
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