Mauro Santayana
(HD) – O Governo Federal informou, nesta semana, que cerca de 10 mil soldados e policiais deverão ser treinados em técnicas de segurança e contenção de distúrbios para a proteção de torcedores, turistas e instalações de infra-estrutura durante a Copa.
A repressão, no entanto, como já se viu antes, não pode nem consegue resolver tudo. Tão importante quanto se preparar para o pior, seria que o Governo Federal, os estaduais, e municipais, das cidades-sede, começassem, desde já, a mapear e a negociar com os movimentos que pretendem se manifestar durante o evento.
Tal medida – talvez no molde de audiências e convocatórias públicas – poderia ajudar a preservar o direito à livre manifestação, garantindo, ao mesmo tempo, um nível mínimo de organização para os protestos. Dessa forma, seria possível evitar, ou diminuir, a sua “contaminação” por sabotadores de diferentes tipos, que se infiltram na multidão para promover o caos.
Basta acompanhar seu discurso e opiniões na internet, para saber quem eles são. Estão mais interessados em combater o regime democrático e incendiar o país, do que em lutar pela melhoria das condições de vida da população. Iniciativas conjuntas como “Comitês Populares da Copa”, os coletivos “ninjas” de mídia alternativa, o próprio Movimento Passe Livre, podem monitorar e controlar as manifestações, identificando e combatendo os vândalos, infiltrados e sabotadores.
A COPA NÃO É DE NINGUÉM
Muitos esquecem que, para o bem e para o mal, a Copa do Mundo não pertence nem ao PT, nem à oposição. Embora nem os que ficam em casa nem a maioria dos manifestantes tenham parado para pensar, ela pertence ao país como um todo.
O vandalismo, quando dirigido para a destruição do patrimônio público e privado – como estádios, lojas, aeroportos e caríssimos equipamentos de mobilidade urbana como as novas estações do BRT, construídas com recursos federais, estaduais, municipais – prejudica igualmente a todos os brasileiros, qualquer seja sua posição política.
Os sabotadores de extrema direita, abrigados nos vídeos do Youtube e nas páginas de apologia ao golpismo, da violência e da tortura nas redes sociais – que o Governo e o Judiciário parecem fazer questão de continuar a ignorar – não irão para as ruas a favor de certo partido ou candidato nas eleições deste ano.
Seu objetivo é destruir a democracia brasileira e fazer tudo o que estiver ao seu alcance, para promover e incentivar a quebra do Estado de Direito, aproveitando o palco gerado pela visibilidade do país em 2014. Precisamos lembrar que a Copa passa e a Nação fica. É, portanto, também contra os inimigos da democracia, que as instituições, os governos de situação e de oposição, e os movimentos sociais terão que se organizar e tomar posição, nos próximos meses.
Como se viu em 1964, e no Golpe do Chile, em 1973, apostar na piora das condições de governabilidade não pode beneficiar a ninguém.
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