Gestão bolsonarista da Petros quer receber bônus milionários; participantes e assistidos amargam equacionamentos de déficits
Petroleiros exigem a suspensão de bônus de R$ 9,3 milhões destinados a quatro executivos da Petros. FUP ingressará com ação judicial, caso o pagamento seja mantido
Enquanto os aposentados e pensionistas amargam descontos absurdos e indevidos nos benefícios da Petros e estão sendo obrigados a pagar contribuições extraordinárias, resultantes de equacionamentos de déficits dos planos de previdência, os diretores da Fundação tentam abocanhar R$ 9,3 milhões em bônus. A bolada seria dividida por quatro executivos.
Esse escândalo envolvendo gestores indicados pelo governo Bolsonaro e aclamados pelo mercado financeiro ocorre pouco mais de três meses após o Conselho Deliberativo da Petros ter aprovado mais um Plano de Equacionamento (PED-2021) para cobrir novos déficits do PPSP-R, cujos critérios estão sendo questionados pela FUP e seus sindicatos.
Nos últimos três anos, esses mesmos dirigentes da Petros amargaram péssimos resultados financeiros para os planos de previdência complementar dos trabalhadores e aposentados do Sistema Petrobrás.
A desculpa repetida por eles era da crise financeira resultante da pandemia da Covid-19. Argumento que não se sustenta. Basta comparar os resultados dos planos geridos pela Petros administra (os PPSPs, de benefício definido/BD e o PP2, de contribuição variável/CV) com os da mesma modalidade, administrados por outras grandes fundações de empresas estatais, como a Previ (Banco do Brasil), a Funcef (CEF) e o Postalis (Correios).
“Na primeira reunião oficial que a direção da FUP teve com o novo presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, denunciamos os erros e absurdos cometidos pela atual gestão da Petros, como os péssimos resultados financeiros obtidos na gestão dos PPSPs e do PP2, o aumento de salários auto concedidos pelos diretores”, ressalta o diretor da FUP, Paulo César Martin.
Ele lembra que participantes e assistidos da Petros já estão amargando o pagamento de dois equacionamentos (PED 2015 e PED 2018), sem falar no PED 2021, cuja cobrança está prevista para começar em abril deste ano. Além disso, os funcionários da Fundação estão sem Acordo Coletivo de Trabalho, enquanto os diretores tentam se auto conceder um bônus milionário.
“Não bastasse tudo isso, os resultados de 2022 do PPSP-Não Repactuados também apontam para um novo equacionamento a ser aprovado pelo Conselho Deliberativo da Petros”, informa o diretor da FUP.
Ele lembra que o Conselho já havia vetado a tentativa de aumento de 7,5% que os diretores da Petros tentaram aprovar, o que obrigou a diretoria a devolver os valores que já havia recebido. “Só que eles alegaram que houve um erro da gerência de RH que implementou o reajuste sem que o assunto tivesse sido aprovado no Conselho”, explica Paulo César.
Para impedir que esse bônus escandaloso e imoral seja efetivado, a direção da FUP está cobrando uma reunião com a direção da Petros e outra com o presidente da Petrobrás, que ainda não conseguiu empossar a nova diretoria da estatal. Além disso, será feita uma notificação judicial à Petros, cobrando a suspensão do pagamento, que, caso seja mantido, será contestado por uma ação judicial.
Fonte: FUP
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