Ânimo tucanada! Vamos para a peleja, partir para a campanha, enriquecer o debate, disputar com garra a eleição do ano que vem em São Paulo! Mas, pelo visto, os tucanos estão entregando os pontos antes da hora. Manchete de alto de página do Estadão (insuspeito, porque o jornal é quase um porta-voz oficial do tucanos) hoje diz que "Sem nome forte para 2012 em SP, PSDB já mira 2014".
Já estão jogando a toalha em relação a 2012. Sem tripudiar nem menosprezar o adversário - jamais! - a constatação é que começa a bater o desespero em suas fileiras porque eles entram no ano eleitoral em situação completamente desfavorável e diversa em relação ao PT, partido com quem tem tradicionalmente polarizado as últimas eleições em São Paulo e no Brasil.
A gente atravessa o réveillon com candidato a prefeito, o ministro da Educação, Fernando Haddad. Já eles, com quatro pré-prefeituráveis que vão disputar uma prévia no início do ano que vem (se ela for mantida): os secretários de Estado, José Anibal (Energia), Bruno Covas (Meio Ambiente), Andrea Matarazzo (Cultura) e o deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP). Como eu digo sempre, quem tem quatro não tem nenhum.
Eles não perdoam os que os abandonaram ou traíram
Na mesma página, o Estado de S.Paulo traz uma entrevista com o presidente estadual do PSDB, deputado Pedro Tobias, avisando: "Quem não apoiar candidato está fora". A declaração deve ser direta, sem intermediários, para quem abandonou - para não dizer traiu - o partido em 2008, não apoiando o então candidato tucano a prefeito, Geraldo Alckmin. É recado, também, para quem trabalha, agora, para que o PSDB nem tenha cabeça de chapa, só indique o candidato a vice-prefeito na chapa do PSD do prefeito Gilberto Kassab (ex-DEM-PSDB).
Recado e alerta com nome e sobrenome: José Serra e o serrismo. Em 2008 o então governador José Serra era contra a candidatura Alckmin a prefeito e apoiou a reeleição de Kassab, derrotando o atual governador que nem chegou a se classificar para o 2º turno. Assim, o mundo gira e os tucanos mais realistas põem os pés no chão desde agora.
Sem candidatos fortes à Prefeitura paulistana, divididos internamente (serrismo x alckmismo no Estado; serrismo x aecismo no país) e, tudo indica, separados do prefeito Kassab e de seu PSD, os tucanos já olham para 2014. Ledo engano: mais adiante terão o mesmo problema que hoje enfrentam. Sem falar na crise do governo Alckmin e o esgotamento da gestão Kassab.
O tempo vai é agravar crise e esgotamento tucanos
Crise e esgotamento que só terão se agravado nos próximos meses. Kassab estará dois anos distante do governo que prometeu fazer e nunca cumpriu. Alckmin nesse 1º ano da terceira vez em que é governador já desfia um razoável rosário de escândalos para todos os gostos.
Como, por exemplo, a venda de emendas parlamentares por deputados tucanos ou de sua base - 30% dos 94 deputados estaduais, sobre a qual o Palácio dos Bandeirantes foi avisado e ele não tomou nenhum providência; ou o bloqueio pela Justiça de bens de um cunhado do governador paulista, sob o pretexto de vencer a crise, acusado de manipular e fraudar licitações da merenda escolar em diversas cidades paulistas e em outros quatro Estados; ou, ainda, a média de pane a cada dois dias no metrô paulistano, afetando todo o sistema de transportes públicos da capital.
Isto para ficar em alguns, sem contar o caos, incúria e falência, completa mesmo, decorrentes de crises permanentes nos transportes, as provocadas pelas enchentes, e os constantes apagões de energia. Num quadro em que tudo só se agrava com a falta de marca deste governo tucano e as divisões que só tornam mais calamitosa a situação.
Fonte: Blog do Zé Dirceu
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