Em sua palestra em fórum promovido pela FIESP, José Serra vai contra as avaliações internacionais sobre o Brasil. Certamente o faz na condição de ser um dos candidatos da oposição a presidente da República em 2014 - o futuro é que dirá se será ele ou o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
As análises internacionais são unânimes no sentido de que caminhamos para ser a 5ª economia do mundo, já que a Europa não vai crescer nos próximos anos e o nosso país, sim, ficará atrás apenas dos Estados Unidos, China, Alemanha e Japão. Não é pouca coisa.
José Serra vê apenas números e não o social. Não vê as mudanças na distribuição de renda no país; a criação nos últimos anos de 20 milhões de empregos - 17 milhões destes formais, com carteira assinada; e nem a redução da pobreza e da miséria.
José Serra fala de uma época que já não existe
Assim, José se prende a uma época que já não existe, de inflação alta, economia fechada, ausência de planejamento, direção, gestão e execução no setor público, e se apega à questão do sistema político-eleitoral.
Aí, volta a falar na história de loteamento de cargos. Sem mencionar que seu partido o pratica nos sete Estados que governa - dentre os quais São Paulo, Minas, Paraná - e o mais grave, se opõe ao fim das nomeações de cargos de confiança ao não apoiar a Reforma Política.
Comete um grave deslize
Em sua análise, ele devia estar se lembrando dos anos FHC com câmbio fixo. Ele participou daquele governo por oito anos ocupando dois ministérios, os do Planejamento e da Saúde. Aquele governo manteve câmbio fixo e os juros reais chegaram até 27,5% durante três anos, o que dobrou a dívida interna do país. Também aumentou em 7% a carga tributária e vendeu de graça US$ 100 bilhões de patrimônio público na privataria que promoveu.
José comete um grave deslize ao afirmar que o Brasil não baixou os juros na crise 2008-2009, já que as taxas baixaram, sim, em 3%.
O problema é que os juros voltaram a subir no fim de 2010. Na minha opinião, equivocadamente. Agora estamos pagando o preço de uma desaceleração acentuada de nossa economia. Que, mesmo assim, vai crescer mais de 3% este ano e criar mais de dois milhões de empregos.
Felizmente os juros começaram a cair desde agosto e espero que caiam mais, voltando aos 8% de 2010. O espírito pessimista, que não acredita no Brasil, pertence única e exclusivamente aos tucanos donos e monopolizadores do complexo de vira latas típico das elites do país. Elas e os tucanos - e se misturam e se confundem - jamais acreditaram não apenas no Brasil, nem em seu povo.
Ninguém acreditou mais quando no governo, e ninguém acredita mais no Brasil do que o presidente Lula. E ninguém representou melhor o Brasil e seu povo no mundo como o fez o presidente Lula. Lamentável, portanto, a fala de José Serra em todos sentidos. Só Freud a explica.
Fonte: Blog do Zé Dirceu.
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