Do site Direto da Redação.
Miami (EUA) - Um dos programas mais bem-sucedidos dos Estados Unidos está sendo revisado minuciosamente sob ordem da secretária de Estado do país, Hillary Clinton. Trata-se do programa de intercâmbio cultural para jovens estrangeiros que desejam moram nos EUA durante as férias de verão e podem aproveitar o período para aprimorar o inglês e mesmo fazer algum tipo de trabalho para ajudar na manutenção deles no país.
Jovens universitários de todo o mundo, inclusive do Brasil, aproveitam a oportunidade para conhecer melhor como funciona a sociedade americana e retornam encantados com o que podem desfrutar durante este curto período. É comum vermos brasileiros trabalhando nos parques da Disney, em Orlando, nesta época e ajudando os conterrâneos que não falam inglês.
Entretanto, o programa, criado em 1963, está enfrentando um momento de desvirtuamento. Uma reportagem feita pela agência de notícias The Associated Press revelou as distorções identificadas no programa J-1, que motivou uma ação mais efetiva de Hillary Clinton e do subcomitê de imigração do Comitê Judiciário da Câmara de Deputados. A reportagem apontou que algumas empresas usaram os jovens para obter mão-de-obra barata e delinquentes têm até mesmo trazido mulheres para o mercado do sexo.
Na mais recente crise do visto J-1 que permite trabalhar nos Estados Unidos durante as férias do meio do ano, um ato processual federal divulgado na semana passada acusa a máfia de utilizar o programa de intercâmbio cultural para trazer mulheres do Leste da Europa com o objetivo de se tornarem strippers nos clubes noturnos de Nova York. Isto tornou-se mais difícil de se fiscalizar porque, à medida que o programa cresceu, atraindo mais de 100.000 jovens anualmente, converteu-se mais em uma questão de dinheiro do que de aproximação cultural.
O Departamento de Estado realizou várias mudanças desde que uma investigação da agência AP no ano passado descobriu vários abusos, inclusive condições de moradia e trabalho que alguns participantes compararam à escravidão obrigada por contrato. Em um dos piores casos, uma mulher disse ter sido espancada, violentada e obrigada a trabalhar como stripper em Detroit depois de lhe ter sido prometido um trabalho como garçonete na Virgínia.
Mais comuns do que o abuso do comércio sexual, no entanto, são as moradias degradantes, as escassas horas de trabalho e o pagamento miserável. Em agosto do ano passado, dezenas de trabalhadores protestaram contra as condições de trabalho em uma fábrica de doces que empacota chocolates Hershey em Hershey, Pensilvânia, queixando-se do trabalho físico duro e das deduções salariais para pagamento de aluguel que frequentemente os deixava com pouco dinheiro.
Os funcionários do Departamento de Estado admitiram estar empenhados em trabalhar para fortalecer o Programa de Viagens para Trabalho no Verão com o objetivo de salvaguardar a saúde e o bem-estar dos participantes. Ou seja, o governo americano não pensa em desativar o programa, mas quer mais controle para evitar a repetição destes tipos de abusos aos quais estão sendo submetidos os estudantes estrangeiros.
Ou seja, preocupação é o que não falta para Hillary, que envelheceu bastante depois de ter assumido o cargo de secretária de Estado. Além dos problemas no front interno, ela tem de administrar as crises internacionais, como a acusação de Vladimir Putin de que ela teria enviado pessoas para se imiscuir nos assuntos internos da Rússia, as quais estariam promovendo manifestações contra ele e seu partido em Moscou. Ou, ainda, ter de negociar com o governo de Ahmadinejad para a libertação de Robert Levinson, um ex-agente do FBI preso no Irã, bem como com o fechamento da embaixada virtual dos EUA no país dos aiatolás.
Acho que, a esta altura, ela gostaria de ter sido a escolhida do Partido Democrata e estar na Casa Branca no lugar de Barack Obama...
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