Sempre admirei o poema do dramaturgo alemão Bertolt Brecht que tratava da indiferença, ainda mais numa sociedade capitalista, onde predomina o individualismo, o egoísmo e a ganância. O lucro, acima de tudo e de qualquer maneira.
Onde o mais importante é ter e não ser.
“Primeiro levaram os comunistas,/Mas eu não me importei/Porque não era nada comigo./Em seguida levaram alguns operários,/Mas a mim não me afetou/Porque eu não sou operário./Depois prenderam os sindicalistas,/Mas eu não me incomodei/Porque nunca fui sindicalista./Logo a seguir chegou a vez/De alguns padres,/ Mas como nunca fui religioso,/também não liguei./Agora levaram a mim/E quando percebi,/Já era tarde.”
Bertold Brecht, também escritor e dramaturgo, como não poderia deixar de ser, é amaldiçoado pelas forças da direita em todo o mundo. No nosso país, na época da "redentora", suas peças teatrais não podiam ser encenadas porque eram consideradas subversivas.
Andaram pela mesma linha Maiakovski e Niemöller, escrevendo sobre o não fazer nada diante da injustiça para com o outro, até que, enfim, o observador passivo se torna a vítima. Hoje, não é comigo, então que se danem os outros. E quando chegar o amanhã e vierem bater à sua porta?
Ou, lembrando John Donne, poeta inglês, citado em “Por Quem os Sinos Dobram”, obra memorável de Ernest Hemingway, ao defender que a morte de qualquer homem me diminui, pois sou parte da humanidade: nunca procure saber por quem os sinos dobram. Pois eles dobram por ti.
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