O texto final do relatório do Código Florestal, conforme informações do Valor Econômico, está muito longe do que passou no Senado, aprovado por acordo. O relator, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), teria feito nada menos do que 29 mudanças no projeto. Ele, agora, volta a ser votado na Câmara. E o governo batalha para que no reexame nesta Casa, seja aprovado o texto dos senadores.
Dentre as 29 modificações de Piau, a que mais desagrada os ambientalistas é a que delega aos Estados a responsabilidade na decisão sobre a mata ciliar nas margens de rios com largura superior a 10 metros. Não será fácil às autoridades locais fazer frente a ruralistas e a devastadores que não querem os limites de reposição estabelecidos pelo texto aprovado no Senado. Este segmento não quer - nem ao menos - repor minimamente o que devastou.
É nesse contexto que o Código Florestal corre o risco de voltar à versão inicial da Câmara, bem ao gosto dos ruralistas. Já o disse antes e o repito agora: o que chama a atenção é o silêncio da mídia. Pior, é o silêncio dos ambientalistas e verdes. Esses últimos deixaram o governo só na defesa do projeto aprovado no Senado. O texto desta Casa é o possível na correlação de forças existente hoje.
Haja vista como o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD) tirou o corpo quando a presidenta Dilma Rousseff lhe pediu o apoio dos 47 deputados do PSD na Câmara. Kassab argumentou não ter controle sobre sua bancada. Temo que mais de 350 deputados votem a favor dessas mudanças propostas pelo relator. Estamos diante de um possível retrocesso e tanto.
Fonte: Blog do Zé Dirceu.
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