Carlos Chagas
Reuniões não tem faltado, aqui em Brasília, domingo e ontem. Os senadores do PMDB irritados com a presidente Dilma, na casa de José Sarney. Os rebelados do PR, no apartamento de Blairo Maggi. Os líderes do governo, Eduardo Braga e Arlindo Chinaglia, em seus gabinetes e nos gabinetes dos dirigentes dos partidos da base. Peemedebistas de todos os matizes na residência oficial do vice-presidente Michel Temer. Deputados do PT dissidente na casa do presidente da Câmara, Marco Maia.
Só a presidente da República passou o fim de semana isolada e ontem cumpriu agenda rotineira, recebendo ministros. Do lado do Congresso, ebulição. No governo, placidez. Ou pelo menos de mentirinha, pois parece impossível que Dilma e sua turma imaginem estar tudo bem. Como no xadrez, o próximo lance é dos parlamentares descontentes, mas nem por isso a presidente estará deixando de programar lances futuros.
O que fará, por exemplo, caso a pressão se avolume e os partidos da base forcem para esta semana ou a próxima a votação de projetos polêmicos como a Lei da Copa e o Código Florestal? O governo estaria posto em xeque, pela possibilidade de ser derrotado, ainda que o roque sempre exista como alternativa. Ou o avanço das torres e dos bispos. No caso, Dilma sempre poderia vetar total ou parcialmente os textos contrários aos seus interesses, mas os vetos apenas fariam acirrar os ânimos.
Em suma, a semana começa quente, apesar dos esforços dos líderes do governo em busca da pacificação. Não vai ser fácil, depois que a presidente decidiu obturar os canais fisiológicos que ligavam o Legislativo ao Executivo nas profundezas da Praça dos Três Poderes.
Tribuna da Internet
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