sexta-feira, 19 de outubro de 2012

POLÍTICA - O dilema do PSDB.

O dilema do PSDB

“Programaticamente petistas e tucanos não se diferem muito, a mudança do eleitorado petista (desde 2006) está impelindo a um certo desespero de parte das lideranças do PSDB que descambam para uma agenda moralista”. O comentário é do sociólogo Rudá Ricci em artigo no seu blog, 18-10-2012.

Eis o artigo.

A UOL divulga, hoje, que FHC está descontente com a campanha de Serra, principalmente em função da caminhada para a direita, com alianças com fundamentalistas. Além de ser uma constante em todas campanhas recentes de Serra, há outro fator, além do próprio candidato, que empurra o PSDB para a direita: o eleitorado. Com a "peemedebização" do PT, que desloca seu eleitorado para os mais pobres e menos instruídos, os candidatos tucanos criaram uma armadilha eleitoral: temem perder para o voto popular e se jogam na manutenção de uma porção anti-lulista.

Enfim, se programaticamente petistas e tucanos não se diferem muito, a mudança do eleitorado petista (desde 2006) está impelindo a um certo desespero de parte das lideranças do PSDB que descambam para uma agenda moralista. Falta, neste caso, ousadia política.

Serra, além de sepultar todo seu passado político, ao insistir em candidaturas muito próximas, vai sendo empurrado cada vez mais para uma fatia do eleitorado que o percebe como um eterno anti-lulista, criando um círculo vicioso do ressentimento e rancor. Evidentemente que, desta maneira, parte do eleitorado tucano mais instruído migra (possivelmente a contragosto) para outros candidatos mais consistentes que não se alinham automaticamente com candidatos petistas.

Se o PSDB quer se manter no jogo, precisa cortar este movimento circular que mais parece uma tragédia anunciada.

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