Com satélites SeeMe, soldados americanos ganham mais uma forma de espionar através dos céus
POR - ANDREW TARANTOLA 22 JAN, 2013 - 03:07
Veículos aéreos não-tripulados (UAVs) já se uniram a satélites espiões como uma parte indispensável das operações militares dos EUA – especialmente no fornecimento de informações precisas e oportunas para as tropas em terra – mas eles não são a solução perfeita, mesmo quando unidos.
É por isso que a DARPA, agência do governo americano que desenvolve tecnologias militares, pretende complementar estas plataformas não-tripuladas com constelações de microssatélites lançados por caças. Logo, cada soldado terá acesso a um minimapa do campo de batalha em tempo real, assim como em videogames.
Tanto satélites espiões como UAVs sofrem com o mesmo problema de disponibilidade. Claro que alguns UAVs no arsenal dos EUA pode permanecer no ar durante dois dias, proporcionando cobertura focada de uma certa área, mas eles precisam reabastecer – o que leva a interrupções na cobertura. Os satélites artificiais não precisam se reabastecer, mas seus períodos de funcionamento – e portanto as imagens de certas áreas que eles podem fornecer – são limitados por seu período de sobrevoo (a quantidade de tempo em que eles estão realmente acima da área monitorada).
Quando combinado a restrições de fluxo de informação ao longo da cadeia de comando, entregar informações novas e táticas pode ser um desafio. Portanto, a DARPA decidiu criar um terceiro nível híbrido de coleta de informações, que aproveita os pontos fortes de ambas as tecnologias (satélites e UAVs) e fornece essas informações diretamente às tropas que necessitam delas com maior urgência.
“Estamos colocando os dados quase em tempo real onde o combatente precisa – diretamente em suas mãos – e proporcionando-lhes uma informação tática vital que eles podem controlar”, disse Tom Bussing, vice-presidente de sistemas de mísseis avançados da Raytheon Missile Systems em um comunicado à imprensa.
Em dezembro passado, a DARPA fechou um contrato com a Raytheon de US$ 1,5 milhão para o desenvolvimento da Fase Um do projeto SeeMe (sigla em inglês para Objetos Habilitados para o Espaço para Combates Militares). O SeeMe irá utilizar constelações de microssatélites para fornecer aos soldados imagens de satélite precisas de sua localização exata dentro de 90 minutos.
Cada satélite SeeMe vai medir cerca de 90 cm de comprimento, 30 cm de diâmetro, e pesar cerca de 11 kg, com o preço de US$ 500.000. Duas dezenas desses satélites serão enviados à uma órbita muito baixa através de caças (a DARPA espera usar o ALASA – Airborne Launch Assist Space Access – para tanto) e depois permanecerem sobre a área por um período de 45 dias a três meses até queimarem completamente ao reentrar na atmosfera.
“O SeeMe é um complemento lógico da tecnologia UAV, que vai continuar a fornecer cobertura de alta resolução local ou regional, mas que não pode cobrir extensas áreas sem reabastecimento frequente”, Dave Barnhart, gerente do projeto na DARPA, disse à United Press International (UPI). O projeto acaba de sair da fase de design, por isso não há prazo para sua implantação, mas a Raytheon supostamente já está construindo meia dúzia de protótipos para a Fase Dois de testes.
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