Quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013: este dia vai ficar marcado no calendário político pela festança do PT em São Paulo, para comemorar os 33 anos do partido e 10 de governo, e também por ter dado largada à corrida da sucessão presidencial.
No mesmo dia, o tucano Aécio Neves, que ainda não assumiu a sua candidatura, saiu das sombras e resolveu fazer um contraponto ao listar "os 13 fracassos dos governos do PT", sem dar nenhuma pista sobre quais são os projetos da oposição para o país.
Lula aproveitou para lançar Dilma à reeleição e a presidente fez o discurso que vai usar na campanha de 2014: "É um governo que não tem medo dos números porque eles estão a nosso favor. E lutaremos para que dentro de algum tempo não haja um só brasileiro miserável".
Neste primeiro dia de embate, o PT ganhou de lavada da oposição tucana, mais preocupada em fazer uma festa para a dissidente cubana Yoáni Sanchez.
Mostrando união total em torno de Dilma Rousseff, ao contrário de Aécio, que ainda não conseguiu conquistar o PSDB paulista, o PT foi ao ataque, depois de passar seis meses na defensiva, desde o ínico do julgamento do mensalão.
Quem deu o tom foi o ex-presidente Lula: "A resposta que o PT deve dar à oposição é dizer que eles podem se preparar, podem juntar quem eles quiserem e que, se eles quiserem e que, se eles têm dúvida, nós vamos dar como resposta a eles a reeleição da presidente Dilma em 2014".
Lula foi direto na resposta a um dos temas explorados no discurso de Aécio e que certamernte será usado na campanha, ao dizer que está disposto a discutir qualquer tema com a oposição, "inclusive corrupção".
"Existem duas formas de sujeira aparecer. Uma é você mostrar, a outra é esconder. E eu duvido que tenha na história do país um governo que criou mais instrumentos e mais transparência para combater a corrupção do que o nosso governo. Eles (tucanos) nunca ligaram para transparência".
Mais do que nos discursos inflamados, a grande diferença entre os candidatos do PT e do PSDB neste primeiro dia de campanha estava nos apoios partidários.
Enquanto no palco do PT, armado no auditório de um hotel junto ao Anhembi, estavam os presidentes dos dez partidos que apoiaram a eleição de Dilma em 2010, mais o PSD de Gilbeto Kassab, na tribuna do Senado, em Brasília, Aécio contou apenas com o apoio alguns senadores do seu próprio partido.
Foi assim que vi, pela primeira vez do lado de fora, a grande festa do partido que nasceu nas lutas sindicais comandadas por Lula no ABC paulista e cuja trajetória acompanhei até o PT chegar ao poder central em 2003.
Muita gente me perguntou ontem por que eu não fui à festa. Por uma razão muito simples, expliquei aos amigos: porque não fui convidado. É muito chato na minha idade entrar de penetra numa festa.
Vida que segue.
Blog do Ricardo Kotscho
Nenhum comentário:
Postar um comentário