quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

POLÍTICA - O candidato da Globo.



Eduardo Campos repete 'parceria' entre FHC e Globo


  
Eduardo Campos repete 'parceria' entre FHC e Globo
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos: de aliado a mentor de 'cavalos de Troia' (©eduardocampos40)
Boa parte do tucanato, dos anti-lulistas e do chamado PIG (Partido da Imprensa Golpista), – sobretudo a TV Globo – não vê chances em um Aécio Neves cambaleante, com seu discurso falido da privataria tucana, vencer as eleições presidenciais. Mas enxerga Eduardo Campos como o cavalo de Troia que pode se infiltrar no eleitorado lulista, roubando parte dos votos de Dilma em 2014, além de arrastar os votos demotucanos.
As Organizações Globo já testam a viabilidade do nome de Campos, o que se percebe pela reportagem glorificante que a revista Época produziu para o governador de Pernambuco. Claro sinal de que pensa em repetir com Campos o que fez com Fernando Henrique Cardoso em 1994.
FHC tinha a imagem do passado de um político de esquerda, que "lutou" contra a ditadura. E o PSDB se apresentava com a imagem de partido social-democrata. Essa imagem ajudou a "roubar" votos de um eleitorado progressista moderado, que poderia votar em Lula ou Brizola, somando votos aos conquistados através do grande cabo eleitoral que foi o plano Real.
Mas essa imagem de FHC já era um retrato envelhecido no álbum de recordações do passado. O tucano já havia se engajado de corpo e alma no projeto neoliberal do chamado "Consenso de Washington". Eleito, não decepcionou a Globo, os banqueiros, Bill Clinton, o FMI, os investidores estrangeiros, o mercado financeiro que usava as contas CC-5. Mas traiu o povo brasileiro como um cavalo de Troia, ao vender a Vale a preço de banana, vender a Telebras recebendo menos do que investiu para "saneá-la", fatiar a "Petrobrax", para vendê-la em fatias, entregar o controle da poupança interna nacional e dos juros para os banqueiros privados através da venda dos bancos estaduais, em vez de incorporá-los ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal.
Mesmo com toda essa privataria, FHC quebrou o Brasil três vezes e deixou de legado uma dívida explosiva, muito maior do que encontrou. Deixou um Brasil decadente ao seu sucessor. E aos trabalhadores sobrou desemprego, perda de direitos, empobrecimento, arrocho salarial, apagões, tarifaços e mais impostos sobre a classe média, pelo congelamento da tabela de Imposto de Renda e outros sacrifícios.
Pois o caminho escolhido pela pretensa candidatura Campos é o mesmo trilhado por FHC em 1994. Afastar-se de seu passado (fingindo que não), e render-se ao retrocesso demotucano e aos projetos de poder megalomaníacos da TV Globo de submeter a nação às decisões de seus donos.
Qualquer político tem direito a ambicionar ser presidente da República. Qualquer partido pode lançar candidatura própria e fazer alianças. Mas o povo tem o direito de saber o que elas representam e quem está por trás delas. Tem o direito de saber quem está dentro do cavalo de Troia, antes de levá-lo para dentro do Palácio do Planalto.
Eduardo Campos chegou onde chegou politicamente explorando a aliança com Lula e Dilma. Fosse um grande líder político de verdade articularia dentro da base governista, ainda que trocando inevitáveis cotoveladas, para impor-se como liderança nacional dentro deste campo político, viabilizando-se como uma candidatura consistente com os interesses nacionais e populares. Ao puxar o tapete de aliados trabalhistas ligados a Lula, ao estender o tapete vermelho do PSB para as viúvas de FHC – da privataria, dos juros altos – e para a Globo, mostra fraqueza e capitulação, em vez de força política.
O Brasil de hoje não é o mesmo de 1989, 1994 e 1998, quando a Globo e a Veja elegiam presidentes no susto e no medo. Se a Globo constrói seus cavalos de Troia, os internautas se encarregam de mostrar o raio-X de quem está dentro da barriga.
Além disso, Dilma não poderá conviver com cavalos de Troia dentro de seu governo, que só querem os bônus das inaugurações e bons indicadores sociais, mas jogar os ônus dos desgastes políticos dos enfrentamentos para construir maiorias e viabilizar a governabilidade nas costas só da própria presidenta.
Independentemente de fazer juízo de valor sobre a pessoa de Eduardo Campos, o espaço que sobra para sua candidatura em 2014 é ser cavalo de Troia – e provavelmente levar novamente o país ao retrocesso.

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