No dia 9, domingo, os russos vão celebrar 65 anos do que denominam o dia da vitória. A data celebra a derrota imposta pelo Exército Vermelho, liderados por Stalin, aos alemães na segunda guerra mundial. A vitória foi decisiva para o desfecho da guerra e a derrota do projeto de Hitler.
A comemoração vai se dar em grande estilo, tanto que anunciaram presença além da chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, o da China, Hu Jintao, e o fanfarrão primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi. Afora líderes internacionais, pela primeira vez soldados dos Estados Unidos, do Reino Unido, da França e Polônia desfilarão durante a parada militar que vai acontecer na Praça Vermelha.
Em todos os cantos de Moscou há cartazes, bandeirolas, outdoors e publicidades comemorando a data que é utilizada para reforçar o patriotismo russo.
Nos tempos da União Soviética, o pomposo desfile militar do 9 de maio era uma forma de o Partido Comunista propagandear a supremacia do sistema do ponto de vista militar e ao mesmo tempo tentar relativizar a falta de liberdade e os problemas econômicos que já começavam a ser percebidos, por exemplo, desde a década de 70.
Não vai ser diferente nessas comemorações de 65 anos. Putin, Medvedev e o atual grupo no poder vão se aproveitar da ocasião para mostrar que o país ainda é uma potência bélica (o que mais vai se ver é arma na Praça Vermelha), mas também para buscar esconder a crise econômica pela qual passa o país e que já faz com que alguns analistas econômicos questionem o termo Bric por conta da Rússia.
Há quem considere que o país vai ficar para trás em relação a Brasil, China e Índia. Em 2009, enquanto Índia e China cresceram e a economia do Brasil estagnou por conta da crise mundial, a Rússia teve queda no Produto Interno Bruto de aproxidamente 8%.
Os primeiros dias de Moscou foram interessantes, mas insuficientes para entender melhor o país. Depois da viagem à Grécia, que se inicia hoje, voltarei para a capital russa e enviarei novos textos com impressões. O que já posso adiantar é que, em Moscou a arquitetura dos tempos dos Czares, dos mais de 70 anos de socialismo de Estado no século 20 e a moderna arquitetura capitalista se misturam. O que dá à cidade um charme todo especial.
Noves fora, além disso pouco restou dos tempos socialistas. No quadrilatero onde está a Praça Vermelha, por exemplo, o que faz mais sucesso não é a estátua de Karl Marx onde se lê a famosa frase do Manifesto Comunista: “Proletários do mundo, uni-vos”. Mas um shopping center que mais parece uma Daslu de grandes proporções tamanha a quantidade de lojas de grifes internacionais. Segundo o amigo que me acolhe na cidade e que trabalha para uma empresa brasileira, trata-se do metro quadrado mais caro do mundo. Tudo muito chique, com muitos russos chiques, aproveitando os tempos de capitalismo para consumir à vontade.
Carlos Augusto de Araujo Dória, 82 anos, economista, nacionalista, socialista, lulista, budista, gaitista, blogueiro, espírita, membro da Igreja Messiânica, tricolor, anistiado político, ex-empregado da Petrobras. Um defensor da justiça social, da preservação do meio ambiente, da Petrobras e das causas nacionalistas.
sábado, 8 de maio de 2010
ANIVERSÁRIO DO FIM DA GUERRA - Moscou de laranja e preto.
Do BLOG DO ROVAI.
(07/05/2010 16:41)
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