Peleguismo “seletivo”
O Globo de hoje, num editorial daqueles típicos do udenismo pré-64, faz um ataque ao que chama de peleguismo das centrais sindicais por promoverem o que classifica de comício pró-dilma. Argumenta que, como recebem dinheiro público, os sindicatos não podem fazer política ou promover candidatos. Está na cara que o alvo é o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, que declarou em entrevistas – não no ato – que Serra seria um desastre para os trabalhadores.
Ora, se as centrais sindicais de trabalhadores recebem dinheiro de impostos, o mesmo acontece com as entidades patronais. Se Paulinho é deputado pelo PDT, a presidente da Confederação Nacional da Agricultura, Kátia Abreu, é senadora pelo DEM e Armando Monteiro, presidente da Confederação Nacional da Indústria, é deputado pelo PMDB. E ninguém poderá chamá-los de coisa alguma por defenderem seus candidatos.
Então, como contribuição à luta do jornal dos Marinho para que as eleições fiquem livres da influência de todos os que recebem dinheiro ou concessões públicas – que viram dinheiro, na sua exploração comercial, como a televisão, não é? – eu posto de novo a nota fiscal emitida contra a Confederação Nacional da Agricultura por uma suposta campanha pelo voto consciente do agricultor, justamente quando Katia Abreu foi candidata ao Senado. R$ 350 mil, em dinheiro de 2006, por peças – não por sua veiculação – de uma campanha publicitária que ninguém sabe, ninguém viu. Que peças foram estas? Onde foram impressas e veiculadas?
Quem sabe o jornal dá este exemplo de interesse em investigar uma sindicalista patronal que está até cotada para vice de Serra. Aliás, vou falar disso daqui a pouco.
PS. Leio agora o editorial da Folha, na mesma linha. Não supreende. A Folha é O Globo yuppie.
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