sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

ECONOMIA - "Mais uma vez governos salvam bancos à custa do povo".

Os jornais noticiam mais uma operação conjunta de bancos centrais de vários países (EUA, Canadá, Inglaterra, Japão, Suíça e Banco Central Europeu) para salvar os bancos privados, por meio de mais empréstimos com taxas de juros mais baixas.

A reportagem é do Movimento Auditoria Cidadã da Dívida, 30-11-2011.

Conforme mostra a imprensa, no idioma “economês”, tal operação visa “suavizar as pressões de financiamento e as tensões sobre a liquidez no sistema financeiro do continente”, o que em bom português, significa tirar mais dinheiro do povo para salvar bancos privados. Não por acaso, o resultado disso foi a disparada do valor das ações dos bancos privados nas bolsas de valores pelo mundo.

Já quando são os governos europeus que entram em dificuldades – exatamente por terem salvo os bancos privados – o mesmo Banco Central Europeu condiciona qualquer ajuda à aceitação de pacotes do FMI, que prevêem nefastas medidas neoliberais, tais como as reformas da previdência e cortes de gastos sociais. Para tanto, uma das medidas em estudo é, simplesmente, a intervenção da cúpula da União Européia sobre os orçamentos dos países. Conforme mostra o jornal Estado de São Paulo, está na agenda “dar poderes à UE para fiscalizar os orçamentos nacionais, a busca de uma maior integração fiscal e a punição severa dos governos que acumularem déficits. Na prática, uma nova Constituição da UE estaria em debate.”

Na Inglaterra, por exemplo, os servidores públicos entraram em greve hoje, para protestar contra a reforma da previdência. O eterno argumento oficial é de que o governo teria de cortar despesas, porém, este argumento jamais foi colocado quando o Reino Unido resolveu gastar 816 bilhões de euros com o salvamento de bancos e empresas privadas a partir de 2008, conforme mostra o estudo “As Cifras da Dívida 2011”, elaborado pelo Comitê pela Anulação da Dívida do Terceiro Mundo (CADTM).

Estas medidas neoliberais recomendadas pelo FMI são também aplicadas no Brasil, conforme mostra o Portal Jus Brasil Notícias: “Juros mais elevados do mundo, privilégio na destinação de recursos para a dívida, carga tributária elevada e regressiva, ausência de retorno em bens e serviços públicos, contingenciamento de gastos sociais, congelamento de salários no setor público”. O Portal repercute o evento promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário no Estado de Minas Gerais (SITRAEMG), que contou com a presença da Coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli.

Por fim, os jornais também noticiam a decisão do COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de reduzir em 0,5% a taxa de juros Selic que, apesar disso, continua sendo a maior do mundo, equivalente a mais que o dobro do país segundo colocado.

Fonte:IHU

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