sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

POLÍTICA - As vacinas contra um golpe de estado.


As vacinas contra um golpe de estado


Por Assis Ribeiro

Comentário ao post "Os paralelos entre Vargas e Lula - 1"

A direita foi, é, e será sempre assim. O que diferencia os períodos são as siglas, hoje PSDB.

Há algumas diferenças.

1) Hoje não há uma fundamentação sólida, mesmo mentirosa, para justificar um golpe mais claro. A caça, a preocupação aos "comunistas comedores de criancinhas" era vastamente disseminada pelo mundo, com a extraordinária e eficiente propaganda hollywoodiana.

2) A grande mídia já não domina hegemonicamente a mente do povo. Há o contraponto forte e eficaz da mídia alternativa da internet.

3) As forças armadas já não tem uma concepção de risco que o Brasil corre com o governo.

4) Há um grande e sólido apoio de parte do empresariado.

5) Há uma "fiscalização" do mundo no Brasil, hoje peça importante no xadrez internacional, e golpescos como o de Honduras, Paraguai, ou os golpes militares como os de 60/70 não irão prosperar.

6) Tentativa de desestabilizar o governo é arma utilizada pela oposição aqui, em Júpiter ou Saturno e por gregos e troianos. Em países democráticos essas tentativas prosperam no parlamentarismo e nunca no presidencialismo. Incluiria o Brasil entre estes países democráticos.

7) O golpe militar de 64 serve de vacina.

8) O Brasil segue a cartilha neoliberal light, importa muito, pouco faz para diminuir a concentração de riqueza das mãos dos grandes players internacionais que operam aqui dentro.

10) Abre serviços, ora públicos, às privadas via várias concessões.
11) Vasto financiamento público para as nultinacionais e para as grandes empresas brasileiras via BNDES.

12) O golpe de 64 foi pretendido por grupos empresarias fortes internos contra a reforma de base e o medo de outras mudanças, no âmbito externo pela Texaco e Esso inconformadas pela criação da Petrobrás entre outros grandes players mundiais na busca por resguardar a espoliação das riquezas do Brasil. Esse foi a real motivação do golpe e que encontrou a guerra fria e o anticomunismo com perfeitos fundamentos para o golpe.

13) Impossível um golpe contra o executivo sem o apoio fechado dos dois outros poderes, legislativo e judiciário, e o executivo atual tem, apesar de todos os pesares, forte apoio do congresso. Os golpes militares de 60/70 , agora recentemente, Honduras e Paraguai, judiciário e legislativo se uniram contra executivo.

14) Se recentemente houve uma tentativa mais clara do golpe contra o executivo, essa se deu no episódio que envolveu Gilmar Mendes, Presidente do STF, e um senador, à época fortíssimo, Demostenes Torres.

15) Sobre as alianças políticas e econômicas internacional, se antes "o mundo" temia que o Brasil demandasse para o seu inimigo, a Rússia, hoje, o Brasil mantém relações com outro concorrente do imperialismo, mas, que é bem aceito (na marra) e utilizado por ele, a China.

16) A globalização, e o Brasil completamente adaptado e participante dela, não favorece golpes.

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