A ONG Amigos da Terra denunciou nesta terça-feira o
impacto ambiental e social ligado à busca de jazidas de gás de xisto na
Argentina, o "novo eldorado das multinacionais petroleiras", e pedirá
explicações ao grupo francês Total.
"Aparentemente suas ambições
não têm limites, já que a companhia começou inclusive a perfurar em uma
área natural protegida", denunciou a ONG, que apresenta um relatório
sobre "a febre do gás e dos óleos de xisto na Patagônia argentina" e um
filme.Membros da ONG e dois representantes argentinos devem pedir explicações à Total durante a assembleia geral de acionistas na sexta-feira em Paris.
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a Argentina conta com um dos maiores potenciais do mundo em gás e óleo de xisto.
A companhia nacional argentina YPF já perfurou dezenas de poços de óleo de xisto na colina de Vaca Muerta, a região mais promissora, e várias companhias estrangeiras demonstraram seu interesse neste setor na Argentina.
A empresa alemã Wintershall (filial da BASF), a americana Chevron e a chinesa-argentina Bridas anunciaram mais de 5 bilhões de dólares (3,6 bilhões de euros) de investimentos na região.
A Total, na Argentina desde 1978, opera atualmente 30% da produção de gás e conta com 11 permissões, segundo a Amigos da Terra.
"As companhias petroleiras avançam em grande velocidade sem consultar ou informar nunca a população local", indicou na sexta-feira em Paris Diego Di Risio, do Observatório Petroleiro Sul, que ressaltou o interesse dos governos provinciais e nacional da Argentina na implantação destas companhias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário