Dilma dá início à contraofensiva
Editorial do site Vermelho:
O “feriadão” do 1º de Maio foi um desses momentos que sintetizam em um par de episódios um conjunto mais amplo e complexo de situações, como ponto de inflexão e salto qualitativo da luta política em curso no país.
O primeiro aspecto a ressaltar das movimentações dos últimos dias é o grau de enfrentamento neste período do calendário, que vai até finais de junho, curiosamente denominado de pré-campanha, que atingiu o auge durante o ato festivo realizado em São Paulo no dia 1º de Maio pela Força Sindical, transformado em comício eleitoral de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB-Rede-PPS).
Um auge que desafortunadamente vem respingado de lama, poluído pela escória, enodoado pela escumalha, se temos em conta a linguagem chula e agressiva e os gestos obscenos lançados por um dos principais oradores, autoproclamado dono da festa, um rematado pelego, que pretendeu atingir a honra, a dignidade e a autoridade da presidenta da República.
O líder do Solidariedade e da Força Sindical ultrapassou todas as medidas em seu comportamento rasteiro e antiético, reacionário e até fascista, porquanto eivado da intenção de semear o ódio e incitar a multidão à intolerância e mesmo à violência política. Como deputado, feriu o decoro do cargo e da instituição a que pertence, transgrediu a lei, como líder sindical desrespeitou não apenas quem pretendeu ofender, mas o próprio público que ali estava para ouvir outro tipo de mensagem. Foi uma cabal demonstração de arrivismo político, degradação e arremedo de ativismo social e sindical.
Os dois principais candidatos oposicionistas presentes à manifestação não usaram a mesma linguagem, temerosos que são das consequências que podem advir para suas pretensões do ataque pessoal desabrido a uma mandatária querida pelo povo. Mas não deixaram, mesmo ostentando aparência e gestos santimoniais, de manifestar em seus discursos e nas entrevistas aos meios de comunicação – que os querem guindar à posição de principais protagonistas do embate eleitoral – duros ataques às justas medidas anunciadas na véspera pela presidenta da República.
A ofensiva oposicionista e da mídia privada monopolista caracteriza um histérico vale tudo, por meio do qual tentam desmoralizar e imobilizar o governo da presidenta Dilma e solapar sua liderança. Um exemplo eloquente desse coro alucinado da oposição é a forma como a mídia e a oposição têm usado a destinação de recursos aos programas sociais, que caracterizam como “gastança” e “populismo”.
Recentemente, o jornal Folha de S. Paulo resumiu a questão ao falar da “anômala taxa de impostos brasileira” para criticar a maneira como o governo aplica os recursos públicos. Os ataques atingem pontos essenciais das melhorias econômicas e sociais do país, como os programas Bolsa Família, Pronatec, Minha Casa, Minha Vida – sem falar do aumento do salário mínimo –, e ignora o real problema das finanças públicas: a brutal transferência de renda para o setor financeiro por meio de elevadas taxas de juros.
O ataque se concentra também na gestão econômica. O governo se empenhou em enfrentar parcialmente a oligarquia financeira e fez a taxa básica – a Selic – cair para o histórico índice de 7,25% em outubro de 2012. Isto passou a ser considerado um erro imperdoável pelos setores conservadores.
A intervenção do governo para fazer o preço da energia elétrica – um dos mais elevados do mundo – adequar-se à demanda do setor produtivo é outra audácia do governo que os conservadores não toleram. Esta ação, que se soma à decisão de arbitrar tarifas e garantir a qualidade dos serviços no processo de atração de capital privado com as concessões e parcerias para deslanchar os investimentos em infraestrutura – como portos, rodovias e aeroportos –, também contraria a lógica dos conservadores.
Todas essas iniciativas do governo, além do conjunto da obra, com o êxito indiscutível das políticas públicas, mormente o combate à pobreza, são o pano de fundo do cenário que dá ampla possibilidade de vitória à reeleição da presidenta Dilma. As oscilações de prognósticos das pesquisas eleitorais são mero produto de flutuações da conjuntura. Se a oposição julgasse que a candidatura de Dilma fosse frágil como querem fazer crer, não se exporia à arriscada tática “hidrófoba” de sucessivos ataques à presidenta. Ao adotá-la acaba revelando também desespero, com a possibilidade de concretizar-se em outubro a quarta vitória do povo, com a reeleição da mandatária.
O desespero chegou ao ponto de pretender-se inflar, artificialmente, uma estapafúrdia manobra denominada de “Movimento Volta, Lula”, puro diversionismo para semear confusão e divisão na coalizão que apoia reeleição da presidenta Dilma.
É exatamente a força das realizações do governo Dilma e a competitividade de sua candidatura que motivam a escalada midiática em sua corrosiva campanha contra o governo e, a rigor, contra o Brasil, como demonstra a histeria denuncista para atingir a Petrobras e o regime de partilha do petróleo brasileiro. A toada dos conservadores resvala cada vez mais para o artificialismo, como, por exemplo, a tentativa de imobilizar o governo neste último ano de mandato, assacando contra qualquer iniciativa de ação. Recentemente, a oposição sacou do disparate de que o governo estaria turbinando os programas sociais para fins eleitoreiros, como se a presidenta tivesse sido eleita para governar por três anos, e não por quatro.
Como comentou recentemente o conceituado professor Luiz Gonzaga Belluzzo, neste ciclo de 11 anos de governos Lula e Dilma ocorreu algo de novo na política brasileira: os que mais merecem e necessitam ganharam mais, uma referência clara à redução das desigualdades sociais. Os que estavam à margem do mercado de trabalho e do consumo foram os mais beneficiados por esse ciclo de crescimento com distribuição de renda, algo inédito na história brasileira. Conclusão: a presidenta é atacada exatamente pelos méritos do seu governo, uma tentativa de corroer a sua autoridade e desconstruir sua reputação.
A intenção verdadeira dos dois principais candidatos oposicionistas e da mídia privada monopolista é acabar com esse ciclo progressista de crescimento com distribuição de renda. A oposição certamente intensificará essa investida. Ao governo cabe intensificar a sua agenda, ampliando as realizações, e às suas bases de apoio cumpre ampliar a mobilização ancorada em ideias bem formuladas, com propostas para uma nova etapa de desenvolvimento e conquistas ainda mais arrojadas.
É neste contexto que se assinala o segundo aspecto mais importante dos acontecimentos políticos dos últimos dias. A presidenta Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula, o Partido dos Trabalhadores e os partidos aliados progressivamente se colocam à frente da necessária contraofensiva à onda de ataques.
O pronunciamento da mandatária por ocasião do 1º de Maio, as medidas sociais anunciadas, seu discurso no 14º Encontro Nacional do PT na última sexta-feira (2) e a decisão desse partido, com apoio explícito dos partidos aliados, entre eles o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), de lançar a pré-candidatura à reeleição – decisão que será ratificada nas convenções partidárias eleitorais em junho próximo – são marcos inaugurais de um novo momento político, em que o elemento principal será o bom combate das forças progressistas, caminho para a vitória popular nas urnas em 5 de outubro vindouro.
O “feriadão” do 1º de Maio foi um desses momentos que sintetizam em um par de episódios um conjunto mais amplo e complexo de situações, como ponto de inflexão e salto qualitativo da luta política em curso no país.
O primeiro aspecto a ressaltar das movimentações dos últimos dias é o grau de enfrentamento neste período do calendário, que vai até finais de junho, curiosamente denominado de pré-campanha, que atingiu o auge durante o ato festivo realizado em São Paulo no dia 1º de Maio pela Força Sindical, transformado em comício eleitoral de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB-Rede-PPS).
Um auge que desafortunadamente vem respingado de lama, poluído pela escória, enodoado pela escumalha, se temos em conta a linguagem chula e agressiva e os gestos obscenos lançados por um dos principais oradores, autoproclamado dono da festa, um rematado pelego, que pretendeu atingir a honra, a dignidade e a autoridade da presidenta da República.
O líder do Solidariedade e da Força Sindical ultrapassou todas as medidas em seu comportamento rasteiro e antiético, reacionário e até fascista, porquanto eivado da intenção de semear o ódio e incitar a multidão à intolerância e mesmo à violência política. Como deputado, feriu o decoro do cargo e da instituição a que pertence, transgrediu a lei, como líder sindical desrespeitou não apenas quem pretendeu ofender, mas o próprio público que ali estava para ouvir outro tipo de mensagem. Foi uma cabal demonstração de arrivismo político, degradação e arremedo de ativismo social e sindical.
Os dois principais candidatos oposicionistas presentes à manifestação não usaram a mesma linguagem, temerosos que são das consequências que podem advir para suas pretensões do ataque pessoal desabrido a uma mandatária querida pelo povo. Mas não deixaram, mesmo ostentando aparência e gestos santimoniais, de manifestar em seus discursos e nas entrevistas aos meios de comunicação – que os querem guindar à posição de principais protagonistas do embate eleitoral – duros ataques às justas medidas anunciadas na véspera pela presidenta da República.
A ofensiva oposicionista e da mídia privada monopolista caracteriza um histérico vale tudo, por meio do qual tentam desmoralizar e imobilizar o governo da presidenta Dilma e solapar sua liderança. Um exemplo eloquente desse coro alucinado da oposição é a forma como a mídia e a oposição têm usado a destinação de recursos aos programas sociais, que caracterizam como “gastança” e “populismo”.
Recentemente, o jornal Folha de S. Paulo resumiu a questão ao falar da “anômala taxa de impostos brasileira” para criticar a maneira como o governo aplica os recursos públicos. Os ataques atingem pontos essenciais das melhorias econômicas e sociais do país, como os programas Bolsa Família, Pronatec, Minha Casa, Minha Vida – sem falar do aumento do salário mínimo –, e ignora o real problema das finanças públicas: a brutal transferência de renda para o setor financeiro por meio de elevadas taxas de juros.
O ataque se concentra também na gestão econômica. O governo se empenhou em enfrentar parcialmente a oligarquia financeira e fez a taxa básica – a Selic – cair para o histórico índice de 7,25% em outubro de 2012. Isto passou a ser considerado um erro imperdoável pelos setores conservadores.
A intervenção do governo para fazer o preço da energia elétrica – um dos mais elevados do mundo – adequar-se à demanda do setor produtivo é outra audácia do governo que os conservadores não toleram. Esta ação, que se soma à decisão de arbitrar tarifas e garantir a qualidade dos serviços no processo de atração de capital privado com as concessões e parcerias para deslanchar os investimentos em infraestrutura – como portos, rodovias e aeroportos –, também contraria a lógica dos conservadores.
Todas essas iniciativas do governo, além do conjunto da obra, com o êxito indiscutível das políticas públicas, mormente o combate à pobreza, são o pano de fundo do cenário que dá ampla possibilidade de vitória à reeleição da presidenta Dilma. As oscilações de prognósticos das pesquisas eleitorais são mero produto de flutuações da conjuntura. Se a oposição julgasse que a candidatura de Dilma fosse frágil como querem fazer crer, não se exporia à arriscada tática “hidrófoba” de sucessivos ataques à presidenta. Ao adotá-la acaba revelando também desespero, com a possibilidade de concretizar-se em outubro a quarta vitória do povo, com a reeleição da mandatária.
O desespero chegou ao ponto de pretender-se inflar, artificialmente, uma estapafúrdia manobra denominada de “Movimento Volta, Lula”, puro diversionismo para semear confusão e divisão na coalizão que apoia reeleição da presidenta Dilma.
É exatamente a força das realizações do governo Dilma e a competitividade de sua candidatura que motivam a escalada midiática em sua corrosiva campanha contra o governo e, a rigor, contra o Brasil, como demonstra a histeria denuncista para atingir a Petrobras e o regime de partilha do petróleo brasileiro. A toada dos conservadores resvala cada vez mais para o artificialismo, como, por exemplo, a tentativa de imobilizar o governo neste último ano de mandato, assacando contra qualquer iniciativa de ação. Recentemente, a oposição sacou do disparate de que o governo estaria turbinando os programas sociais para fins eleitoreiros, como se a presidenta tivesse sido eleita para governar por três anos, e não por quatro.
Como comentou recentemente o conceituado professor Luiz Gonzaga Belluzzo, neste ciclo de 11 anos de governos Lula e Dilma ocorreu algo de novo na política brasileira: os que mais merecem e necessitam ganharam mais, uma referência clara à redução das desigualdades sociais. Os que estavam à margem do mercado de trabalho e do consumo foram os mais beneficiados por esse ciclo de crescimento com distribuição de renda, algo inédito na história brasileira. Conclusão: a presidenta é atacada exatamente pelos méritos do seu governo, uma tentativa de corroer a sua autoridade e desconstruir sua reputação.
A intenção verdadeira dos dois principais candidatos oposicionistas e da mídia privada monopolista é acabar com esse ciclo progressista de crescimento com distribuição de renda. A oposição certamente intensificará essa investida. Ao governo cabe intensificar a sua agenda, ampliando as realizações, e às suas bases de apoio cumpre ampliar a mobilização ancorada em ideias bem formuladas, com propostas para uma nova etapa de desenvolvimento e conquistas ainda mais arrojadas.
É neste contexto que se assinala o segundo aspecto mais importante dos acontecimentos políticos dos últimos dias. A presidenta Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula, o Partido dos Trabalhadores e os partidos aliados progressivamente se colocam à frente da necessária contraofensiva à onda de ataques.
O pronunciamento da mandatária por ocasião do 1º de Maio, as medidas sociais anunciadas, seu discurso no 14º Encontro Nacional do PT na última sexta-feira (2) e a decisão desse partido, com apoio explícito dos partidos aliados, entre eles o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), de lançar a pré-candidatura à reeleição – decisão que será ratificada nas convenções partidárias eleitorais em junho próximo – são marcos inaugurais de um novo momento político, em que o elemento principal será o bom combate das forças progressistas, caminho para a vitória popular nas urnas em 5 de outubro vindouro.
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