Dilma une PT contra dupla Aécio-Eduardo
Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
No mesmo momento em que o PT mostrava unidade no seu Encontro Nacional, nesta sexta-feira, em São Paulo, confirmando, por aclamação, a candidatura de Dilma Rousseff e afastando de vez o fantasma do "volta Lula", Aécio Neves e Eduardo Campos pareciam cada vez mais afinados num grande encontro de empresários promovido em Comandatuba, no litoral baiano.
"Não consigo ver o Eduardo como meu adversário, somos companheiros do mesmo sonho", abriu o jogo o candidato tucano, no segundo evento seguido em que apareceu junto com o ex-ministro de Lula e ex-governador de Pernambuco.
Nova pesquisa, desta vez do Sensus, publicada pela revista IstoÉ, mostrou mais uma queda de Dilma e o forte crescimento dos principais candidatos de oposição, indicando pela primeira vez a forte possibilidade de termos segundo turno. A presidente Dilma ficou com 35% contra 34,7% dos seus dois principais adversários (23,7% de Aécio e 11% de Eduardo).
Sabemos que o mais importante nas pesquisas não é o retrato do momento, mas a curva desenhada pelos índices das pesquisas - é aí que reside o maior desafio de Dilma para conseguir a reeleição, que até o início do ano parecia fato consumado.
A cinco meses das eleições, a curva de Dilma aponta para baixo, em todas as pesquisas divulgadas nas últimas semanas, quase na mesma proporção em que a da dupla Aécio Eduardo sobe, ao contrário do que aconteceu em 2010, quando o tucano José Serra aparecia folgado na liderança e a petista vinha bem distante, mas não parando de crescer até as curvas se cruzarem, não mudando mais até o dia da eleição.
Desta vez, dois outros indicadores colocam obstáculos no caminho da presidente: seu índice de rejeição (42%) é o mais alto entre os candidatos competitivos, superando em sete pontos o de intenção de votos. E a avaliação negativa do seu governo (31,9%) supera pela primeira vez o de aprovação (29,6%), abaixo do piso de 34% apontado como mínimo necessário para os candidatos à reeleição.
A unidade mostrada pelo PT em seu Encontro Nacional pode ter chegado tarde demais, depois das rachaduras na base aliada e das críticas feitas à política econômica, que não mostra sinais de reação diante dos sérios problemas enfrentados pelo país neste campo.
Aécio Neves e Eduardo Campos se aproveitam disso para afinar seus discursos de oposição ao governo, que tanto agradam aos empresários cortejados por ambos nesta pré-campanha eleitoral, a ponto de já não se saber o que os diferencia.
A candidatura de Eduardo Campos, do PSB, que até o final do ano passado apoiava o governo do PT, tendo como vice Marina Silva, ex-petista e também ex-ministra de Lula, é o fato novo desta eleição em mais um embate que se desenha entre PT e PSDB.
Aécio até já falou numa aliança em 2015, cada vez animado com seu crescimento nas pesquisas, mas resta saber até que ponto Eduardo Campos aceitará o papel de linha auxiliar dos tucanos e em que momento ele terá que bater, não só no governo Dilma, mas também no seu atual parceiro, para conseguir uma vaga no segundo turno.
A semana que está terminando mostra que o cenário da eleição presidencial está cada vez mais imprevisível, com três candidatos se movimentando em direções opostas nas pesquisas. No discurso em que reiterou seu apoio à presidente e se colocou à disposição para trabalhar na sua campanha, Lula voltou a criticar a elite e a imprensa, mas quem definiu o tom da campanha daqui para a frente foi Dilma:
"Há forças políticas que detestam os programas que tiram pessoas da miséria, até porque nunca se preocuparam com elas. Que acham que o caminho está no passado. Mas o povo não vai deixar". Dilma foi além e acusou os tucanos de serem movidos por "rancor e ódio" e significam "retrocesso, mesmo que travestidos de novidades".
O jogo está jogado: é Dilma com Lula, novamente em busca do apoio dos trabalhadores, como a presidente demonstrou no seu pronunciamento de 1º de Maio, contra Aécio em dobradinha com Eduardo, que ontem receberam, mais uma vez, o apoio do alto empresariado.
Façam suas apostas.
No mesmo momento em que o PT mostrava unidade no seu Encontro Nacional, nesta sexta-feira, em São Paulo, confirmando, por aclamação, a candidatura de Dilma Rousseff e afastando de vez o fantasma do "volta Lula", Aécio Neves e Eduardo Campos pareciam cada vez mais afinados num grande encontro de empresários promovido em Comandatuba, no litoral baiano.
"Não consigo ver o Eduardo como meu adversário, somos companheiros do mesmo sonho", abriu o jogo o candidato tucano, no segundo evento seguido em que apareceu junto com o ex-ministro de Lula e ex-governador de Pernambuco.
Nova pesquisa, desta vez do Sensus, publicada pela revista IstoÉ, mostrou mais uma queda de Dilma e o forte crescimento dos principais candidatos de oposição, indicando pela primeira vez a forte possibilidade de termos segundo turno. A presidente Dilma ficou com 35% contra 34,7% dos seus dois principais adversários (23,7% de Aécio e 11% de Eduardo).
Sabemos que o mais importante nas pesquisas não é o retrato do momento, mas a curva desenhada pelos índices das pesquisas - é aí que reside o maior desafio de Dilma para conseguir a reeleição, que até o início do ano parecia fato consumado.
A cinco meses das eleições, a curva de Dilma aponta para baixo, em todas as pesquisas divulgadas nas últimas semanas, quase na mesma proporção em que a da dupla Aécio Eduardo sobe, ao contrário do que aconteceu em 2010, quando o tucano José Serra aparecia folgado na liderança e a petista vinha bem distante, mas não parando de crescer até as curvas se cruzarem, não mudando mais até o dia da eleição.
Desta vez, dois outros indicadores colocam obstáculos no caminho da presidente: seu índice de rejeição (42%) é o mais alto entre os candidatos competitivos, superando em sete pontos o de intenção de votos. E a avaliação negativa do seu governo (31,9%) supera pela primeira vez o de aprovação (29,6%), abaixo do piso de 34% apontado como mínimo necessário para os candidatos à reeleição.
A unidade mostrada pelo PT em seu Encontro Nacional pode ter chegado tarde demais, depois das rachaduras na base aliada e das críticas feitas à política econômica, que não mostra sinais de reação diante dos sérios problemas enfrentados pelo país neste campo.
Aécio Neves e Eduardo Campos se aproveitam disso para afinar seus discursos de oposição ao governo, que tanto agradam aos empresários cortejados por ambos nesta pré-campanha eleitoral, a ponto de já não se saber o que os diferencia.
A candidatura de Eduardo Campos, do PSB, que até o final do ano passado apoiava o governo do PT, tendo como vice Marina Silva, ex-petista e também ex-ministra de Lula, é o fato novo desta eleição em mais um embate que se desenha entre PT e PSDB.
Aécio até já falou numa aliança em 2015, cada vez animado com seu crescimento nas pesquisas, mas resta saber até que ponto Eduardo Campos aceitará o papel de linha auxiliar dos tucanos e em que momento ele terá que bater, não só no governo Dilma, mas também no seu atual parceiro, para conseguir uma vaga no segundo turno.
A semana que está terminando mostra que o cenário da eleição presidencial está cada vez mais imprevisível, com três candidatos se movimentando em direções opostas nas pesquisas. No discurso em que reiterou seu apoio à presidente e se colocou à disposição para trabalhar na sua campanha, Lula voltou a criticar a elite e a imprensa, mas quem definiu o tom da campanha daqui para a frente foi Dilma:
"Há forças políticas que detestam os programas que tiram pessoas da miséria, até porque nunca se preocuparam com elas. Que acham que o caminho está no passado. Mas o povo não vai deixar". Dilma foi além e acusou os tucanos de serem movidos por "rancor e ódio" e significam "retrocesso, mesmo que travestidos de novidades".
O jogo está jogado: é Dilma com Lula, novamente em busca do apoio dos trabalhadores, como a presidente demonstrou no seu pronunciamento de 1º de Maio, contra Aécio em dobradinha com Eduardo, que ontem receberam, mais uma vez, o apoio do alto empresariado.
Façam suas apostas.
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