sábado, 3 de maio de 2014

POLÍTICA - Dilma tem que ir à luta.

Dilma cumpre agenda intensa após declarada candidata à reeleição



Dilma participou do lançamento de pedra fundamental no interior mineiro
Correio do Brasil 

"Nas primeiras 24 horas no papel oficial de candidata do PT à reeleição, a presidenta Dilma Rousseff não pode descansar muito. Com os gritos de “um, dois, três, é Dilma outra vez” ainda ecoando nos tímpanos, Dilma participou, na manhã deste sábado, do lançamento da pedra fundamental da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados V, em Uberaba (MG). Em ritmo de campanha, no front da luta para salvar o nome da maior empresa estatal brasileira, a presidenta afirmou que a fábrica simboliza a capacidade que a Petrobras tem de investir no Brasil. Ela apresentou números da empresa, tais como o lucro líquido (que passou de R$ 8 bilhões para R$ 23 bilhões), o valor de mercado (era de US$ 15,5 bilhões em 2003, é agora de US$ 94 bilhões), e o próprio montante de investimento em dólares, sete vezes maior na comparação com 2002.

Os dados sobre a companhia petrolífera espelham o desempenho de seu governo. Na véspera, ela e seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva foram recebidos no encontro nacional do Partido dos Trabalhadores, realizado na capital paulista. No falatório, o primeiro a enfatizar a necessidade de unidade em torno da presidenta Dilma foi o prefeito Fernando Haddad, que recebeu dela todo o apoio desde o início incerto de sua campanha à administração da maior capital do país.

– Num cenário totalmente adverso, a presidenta Dilma foi capaz de preservar os empregos e o poder de compra da classe trabalhadora. O que querem os adversários? A volta ao passado? Ao neoliberalismo? Aos juros abusivos? – questionou Haddad.

Ele lembrou, ainda, que é legítima a tentativa do PSDB de buscar o empatar no
placar das eleições presidenciais, mas propôs uma nova igualdade.
– Nossos adversários ganharam duas eleições e perderam três, mas vamos dar a eles outro empate: dois mandatos para o presidente Lula e dois para a presidenta Dilma – disse, sob aplausos.

Presidente do Partido dos Trabalhadores, o deputado Rui Falcão pediu que todos os filiados ao PT consagrassem Dilma como pré-candidata naquele momento – no que foi aplaudido.

– O eleitorado quer mudança. Mas mudança com segurança é Dilma – afirmou.
Falcão também alfinetou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que seria seu “tutor”:

– Eles prometem medidas impopulares e espero que no futuro não venham desdizer o que disseram.

O presidente da legenda também criticou a proposta de Eduardo Campos, de uma meta de inflação de 3%.

– Isso significaria aumentar o desemprego em até 60% – calculou.

Lei da Mídia

Em seu discurso, Falcão também reafirmou seu compromisso por uma “Lei da Mídia Democrática”, contra o que chamou de distorções e manipulações da mídia, que seriam o principal instrumento da oposição.

Após Rui Falcão, Lula começou elogiando o pronunciamento da presidenta Dilma em 1º de Maio.

– Você estava precisando de um discurso daqueles, os trabalhadores estavam precisando e o PT também. Portanto, querida, faça mais – pediu o ex-presidente e principal cabo eleitoral da nova candidata.

Lula, em seguida, voltou a falar sobre a Petrobras.

– Não é aceitável que a elite brasileira queira destruir a
imagem da maior empresa brasileira, que é a Petrobras. Desconfio até que tenha gente querendo fazer caixa de campanha em cima da Petrobras – suspeita.

Os líderes petistas José Dirceu, José Genoino, João Paulo Cunha e Delúbio Soares também foram lembrados no discurso de Lula.

– Enquanto se preocupam em veicular todos os dias notícias sobre os nossos companheiros que estão presos, o ‘mensalão tucano’, de fininho, voltou para Minas. A perseguição é contra o nosso partido. Eles não aceitam que façamos por esse país o que eles não fizeram em décadas – acusou, frontalmente, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, relator da Ação Penal 470, e a forças da direita que atuam sobre o Judiciário brasileiro.
O ex-presidente Lula também apontou a imprensa como “o maior partido de oposição do país” e sepultou de vez o ‘volta, Lula’, muito explorado pela mídia conservadora.

Não é possível admitir um outro candidato que não seja a Dilma. Às vezes, eu leio notas em jornais de coisas que eu nunca disse. Toda vez que surgem essas bobagens, nossos adversários é que tiram proveito. Não podemos brincar. Não podemos ter salto alto. Estamos com o jogo mais ou menos ganho. Mas todos achavam que o Bayern ia ganhar em Munique e perderam de quatro a zero – afirmou.

Para o principal cabo eleitoral petista, já está na hora de “voltar a falar grosso em nome do nosso partido”. No entanto, afirmou que é preciso trabalhar para recuperar imagem do PT e construir uma nova utopia.

– Criamos um partido para ser diferente de tudo o que os outros faziam. Mas hoje parece que o dinheiro resolve tudo – pontua.

Dilma, com seu discurso, encerrou o encontro, após exaltar o antecessor.

– O senhor é o maior líder político que o Brasil construiu nos últimos anos – afirmou, sobre Lula.

No final, agradeceu à “combatividade” da militância e destacou o desafio de representar o PT na campanha à reeleição.

– Este ato para mim é simbólico e representa nossa confiança mútua. Foi o compromisso com o povo brasileiro que nos uniu e esse compromisso é inquebrantável – concluiu."

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