A análise da CPT aponta como principais causas dessa busca desenfreada por terras na região o baixo preço da terra e a garantia de um comprador para o grão: "Esta corrida voraz por terras causou muitos conflitos sociais e se tornou comum ouvir relatos de casas queimadas, expulsões de famílias, ameaças de morte, intimidações às lideranças, grilagem de terras, supressão de florestas que também se tornaram manchetes dentro e fora do Brasil".
O documento critica a atuação de organizações não-governamentais: "Grandes ONGs conduziram parte da discussão por um viés puramente ambientalista deixando em segundo plano os conflitos sociais, ficando apenas por conta dos movimentos sociais locais as denúncias sobre a forma violenta com que a expansão da soja vinha acontecendo nesta região".
Entre os problemas encontrados na região, o CPT cita o controle por parte dos produtores de soja dos acessos comunitários, criando dificuldade na locomoção e no escoamento da produção dos camponeses. Estradas até então comunitárias, passaram a ter portões ou placas indicando propriedade particular e impedindo a passagem. Também há contaminação de igarapés e dos moradores locais por produtos químicos aplicados na plantação. Nos dias de aplicação dos produtos químicos, as crianças tiveram aulas paralisadas.
De acordo com o relatório, a região do Planalto, estão as maiores plantações de soja, por localizar-se próxima ao porto da multinacional Cargill: "Esta proximidade, intencional, facilita o escoamento da produção da soja pelo porto. Portanto, os impactos da soja nesta região são tão danosos como em outras áreas, mas com uma agravante, no planalto santareno e belterrense o cultivo da soja já é realidade há vários anos, o que tem intensificado e provocado disputa pela terra e conseqüentemente a expulsão dos pequenos camponeses".
Durante visitas recentes à região, a CPT observou grandes áreas de soja sendo plantadas. Segundo o relatório, a soja nos municípios de Santarém e Belterra teve sua maior produção em 2005, com ligeira diminuição em 2007 (principalmente no município de Santarém). Em 2008 a produção retoma seu crescimento. O levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que, até abril de 2008, a produção de soja era de 46.575 toneladas em Santarém, e de 27 mil toneladas em Belterra.
O relatório também informa como estão as negociações com a empresa Cargill: "A multinacional Cargill que construiu seu porto em Santarém a revelia das leis brasileiras, corre para cumprir decisão da justiça de elaboração do Estudo de Impactos Ambientais (EIA) e Relatório de Impactos ao Meio Ambiente (RIMA). A multinacional contratou uma empresa de São Paulo, que nas conversas com os movimentos sociais demonstrou certa parcialidade em favor da empresa que a contratou. Se este fato se confirmar no final do EIA/RIMA significa que mais uma vez a população que sofreu durante todos estes anos os impactos provocados com a chegada da Cargill continuará sendo ignoradas e desrespeitada".
Fonte:ADITAL.
Um comentário:
discordo que a imprensa esteja atacando o LULA que disgraçadamete é o presidente do Brasil. A imprensa não ataca seus aliados e o Lula, hoje é o que melhor tem representado a classe dominante. Rogo que consiga ver a máscara desse crápula cair. É um traidor da c lasse trabalhadora.
Postar um comentário