O memorial da vítimas da Operação Condor.
Por Stanley Burburinho.
Da Secretaria Especial dos Direitos Humanos
Memorial em Foz do Iguaçu vai homenagear vítimas das ditaduras na América do Sul
Foi lançada nesta quinta-feira (16) a pedra fundamental de um memorial que será construído na cidade de Foz do Iguaçu para homenagear as vítimas da Operação Condor. Conduzida em conjunto por Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai, Argentina e Bolívia nos anos 70, a Operação Condor tinha como objetivo reprimir a resistência aos regimes ditatoriais instalados nesses países. Estima-se que cerca de 40 mil pessoas foram presas, assassinadas ou desapareceram, vitimas desta ação conjunta.
O memorial é uma parceria entre a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e a Prefeitura de Foz do Iguaçu, com apoio da Itaipu Binacional. Presente à solenidade, o prefeito da cidade, Paulo Mac Donald Ghisi, afirmou que o monumento não deixará ninguém esquecer o quanto vale a democracia que se vive no Brasil hoje.
Para o governador Orlando Pessuti, o memorial será uma merecida homenagem àqueles que lutaram pela liberdade, enfrentando as ditaduras. Ele lembrou que também esteve presente na inauguração do memorial que a SDH instalou na cidade de Apucarana em homenagem a três líderes estudantis vítimas da ditadura, em maio deste ano. O diretor geral brasileiro da Itaipu Nacional, Jorge Samek, comemorou o projeto. "Este monumento irá celebrar a nossa democracia e os heróis que tombaram por ela", ressaltou.
Representando os integrantes da Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos do Mercosul (RAADH), o secretário de Direitos Humanos da Argentina, Eduardo Luis Duhalde saudou a iniciativa. "Todos que partiram lutando por um país melhor estarão sempre aqui presentes neste memorial", disse.
Em seu discurso, o ministro Paulo Vannuchi reafirmou o compromisso do Governo Federal com o resgate da história do que aconteceu no regime militar no Brasil. "É sabido que seis brasileiros que se encontravam na Argentina foram atraídos para uma emboscada aqui no Parque Nacional de Iguaçu e nunca mais foram vistos. Até hoje suas famílias não sabem o que realmente aconteceu e não tiveram o direito de enterrar seus mortos", afirmou.
O ministro defendeu a reconciliação nacional, mas defendeu que ela só será possível se as informações sobre este período forem, de fato, reveladas. "O Brasil precisa completar o processo de transição para a vida democrática. E isso inclui localizar os desaparecidos ou, ao menos, saber o que aconteceu com eles". Para Vannuchi, somente assim será possível que o Brasil continue sua caminhada para a real efetivação dos Direitos Humanos.
Também estiveram presentes no lançamento da pedra fundamental a futura ministra dos Direitos Humanos, deputada federal Maria do Rosário, os participantes da Reunião das Altas Autoridades em Direitos Humanos do Mercosul e Associados – representantes da Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Equador, Peru e Colômbia – e Aluizio Palmar, vítima da Operação Condor.
RAADH - Reunidos em Foz do Iguaçu, os integrantes da Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos do Mercosul e Associados (Raadh) realizaram a última reunião do ano, sob a presidência pro tempore do Brasil. A reunião foi uma homenagem a Nestor Kírchner, ex-presidente argentino que faleceu em outubro deste ano.
Presidindo a reunião pela última vez, o ministro Paulo Vannuchi apresentou a sucessora da pasta, Maria do Rosário. Na reunião, foram discutidas questões relativas ao Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos, criado no âmbito do Mercosul no ano passado.
Fonte: Blog do Luis Nassif.
Nenhum comentário:
Postar um comentário