sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

POLÍTICA - Saudades da senzala.

Do Blog Democracia&política.

“Há gente, no Brasil, com saudades do tempo em que o País sofria complexo de vira-latas e se proclamava serviçal de Washington, concorrendo com a Argentina, que tinha relação carnal [passiva] com os Estados Unidos. Era o que dizia Carlos Menem, provando ser mais americano que Fernando Henrique Cardoso [que competia com Menem nessas "boas" (sic!) relações].

NOSTALGIA

Como vimos na campanha eleitoral, há muita gente que sente nostalgia da escravidão e queria, para nós, o papel de feitor ianque na América do Sul. O candidato tucano praticamente decretou guerra à Venezuela, Bolívia e ao Equador por dissentirem levemente das ordens da Casa Branca.

ALTIVEZ

Com Lula no governo, não passamos a jogar pedra nos Estados Unidos. Queríamos, porém, ser parceiros, não súditos, e que eles reconhecessem a importância do Brasil como nação soberana. Até George W. Bush foi capaz disso. Seu sucessor proclamou, urbi et orbi [à cidade (de Roma) e ao mundo], a importância do protagonismo internacional de nosso presidente, afirmando que Lula é "o cara", no que foi secundado por outros estadistas e grandes jornais do mundo inteiro.

SÍNTESE

Quem melhor definiu a postura internacional brasileira foi Chico Buarque de Holanda. Para o grande poeta, o Brasil deixou de falar fino com os Estados Unidos e de somente falar grosso com a Bolívia e o Paraguai. Acabou-se a era de Humberto Castello Branco, para cujo chanceler, Juraci Magalhães, o que era bom para os Estados Unidos era bom para o Brasil.

TUTELA

Castello Branco fez questão de timbrar sua dependência de Washington com gestos expressivos. Seu primeiro e seu último almoço na condição de presidente da República, símbolo da assunção de compromissos e da quitação dos mesmos, foi com o homem da CIA, Wernon Walters, inspirador do golpe militar de 1964 e admirador da ditadura de 20 anos que se lhe seguiu. Nem tudo mudou como queríamos. Ao menos, estamos livres de subserviência tão explícita.”

FONTE: escrito por Lustosa da Costa em sua coluna no Diário do Nordeste (http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=902001) [imagens e entrecolchetes adicionados por este blog].

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