Para variar, Maria Inês Nassif escreve magistral artigo na pág. A10 do Valor de hoje: “Divã para livrar o país da síndrome do quepe”.
“O período militar é um cadáver insepulto”, diz ela na primeira linha.
Nassif lembra que a campanha presidencial de 2010 bateu de novo na porta dos quartéis.
Foi o que fez Padim Pade Cerra no Clube da Aeronáutica, no Rio, em reunião sem jornalistas: lembrou que Dilma tinha sido guerrilheira.
Ou seja: “A contaminação da oposição pelo velho udenismo (ou seja, FHC e Padim Pade Cerra – PHA) trouxe junto o hábito de pedir a tutela dos quartéis, quando seu projeto político não consegue se viabilizar pelo voto”, diz ela.
E aí, se forja um consenso: “… a direita tem legitimidade para levar o confronto ao limite (o Golpe – PHA), enquanto, do centro à esquerda, os atores políticos se tornam irresponsáveis se não estiverem sempre conciliando” (como escolher e manter no Ministério da Defesa um serrista como Nelson Johnbim – PHA).
Aí, Inês Nassif enfrenta todo o PiG (*) tupiniquim e põe o dedo na ferida: Nassif acredita no WikiLeaks.
Johnbim se fortaleceu no Governo Lula ao detonar a investigação sobre o homem da caixa preta da Republica – o passador de bola apanhado no ato de passar bola, Daniel Dantas.
Fortaleceu-se ao detonar todos os que tentaram institucionalizar a revisão dos crimes de tortura no regime militar.
Johnbim está sentado em cima da tortura e fez o que os militares brasileiros – jamais confrontados – queriam: manter a tortura intocada – PHA
Raymundo Faoro disse ao Mino Carta, quando Johnbim começou a despontar, ao lado de Fernando Henrique Cardoso, na Constituinte: não confie nesse rapaz.
Faoro também era gaúcho e conhecia chimangos e maragatos.
Esse mesmo Johnbim aparece agora no WikiLeaks – e só o Brasil não leva o WikiLeaks a sério … –, onde “expôs suas divergências com o Ministério das Relações Exteriores a ninguém menos que o Embaixador dos Estados Unidos. “
“Gentilmente cedeu ao embaixador a informação dada confidencialmente por seu chefe, o Presidente da República, sobre o estado de saúde do presidente da Bolívia.”
“O Ministério da Defesa – e, portanto, as Forças Aramadas – não se integra a um governo legitimamente eleito, mas se mantém no Governo com altíssimo grau de autonomia, graças às ondas de pânico criadas por grupos de direita”, (como seu companheiro de apartamento funcional, Pade Cerra – PHA).
“E paga o mico das inconfidências de um ‘ministro da Defesa invulgarmente ativo’, segundo definição do próprio Sobel em um de seus telegramas.”
Johnbim na Defesa é uma singela homenagem ao regime militar, insepulto:
“Não deve ser à toa que … a turma que se forma este ano na Academia Militar de Agulhas Negras (Aman) tenha se batizado com o nome de Emilio Garrastazu Médici, presidente militar do período mais sangrento da ditadura”, diz Inês Nassif.
Fonte: Conversa Afiada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário