O mínimo que se pode dizer do diagnóstico contido no mais recente relatório semestral do Fundo Monetário Internacional-FMI (divulgado ontem) sobre a crise na Europa é que ele é o obvio ululante. Mas, já a receita para superar esta crise é mais do mesmo: fusão e concentração do sistema bancário.
As crises fiscais na Grécia, Irlanda e Portugal ainda poderão contaminar outros países da Zona do Euro e do Leste Europeu, afirma o FMI neste seu relatório semestral sobre a economia européia. Ele assinala que, embora a integração financeira tenha contribuído para o aumento das dívidas desses três países, uma maior integração é necessária para ajudar a Zona do Euro a resolver seus problemas.
O Fundo calcula que os bônus com vencimento em 2011 serão equivalentes a 10% da soma da produção econômica de Grécia, Portugal e Espanha, mas Bélgica, Irlanda e Reino Unido também terão "necessidades de rolagem" significativamente mais alta.
Afirma, também, que a integração parcial dos sistemas financeiros depois do lançamento da Zona do Euro contribuiu para a escala e a duração da crise fiscal, e puxa a orelha dos investidores de bônus: eles também tiveram um papel (na crise) ao ignorar o aumento dos problemas.
Esqueceu os derivativos e da bolha imobiliária?
No documento, chama a atenção que o FMI não relacione a crise atual com a dos derivativos, da bolha imobiliária americana, e da política do FED, o banco central norte-americano. E nem com a aventura dos bancos. E não apenas a dos norte-americanos mas, também, a dos europeus que, juntos, são os principais responsáveis pela atual crise econômica global.
Crise, registre-se, que apenas começou e que só cessará quando a União Européia (UE) abandonar a atual política de mais do mesmo e reestruturar as dívida de seus membros falidos ou em processo de falência (entre outros, Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha...). Do contrário, sem alongar seus prazos, dar descontos (no abatimento do principal) e reduzir os juros, nada feito, nenhuma solução.
Sem isto não haverá saída para Portugal, Espanha e Grécia. E amanhã para outros países, já que como o próprio Fundo reconhece, a Grã-Bretanha, Irlanda e Bélgica caminham para a mesma situação dos países chamados do Sul ou periféricos, ou ainda, católicos.
Blog do Zé Dirceu.
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