No Brasil, para participar do Seminário de Metas de Inflação, no Rio, o diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Hemisfério Ocidental, Nicolas Eyzaguirre, destilou lições, conselhos e, principalmente, previsões apocalípticas, tipo: o boom econômico da América Latina pode acabar em uma ampla crise, a não ser que os governos da região administrem a situação de forma apropriada.
Conselhos? Incentivou os formuladores de políticas desta banda de cá do mundo a tomarem medidas para impedir que nossas economias fiquem superaquecidas. E a deixar reservado o que for possível dos ganhos obtidos com o boom atual.
Mais óbvio, impossível. Caso isso não aconteça, previu Eyzaguirre, a região poderá ver suas moedas se enfraquecerem dramaticamente como resultado de um choque externo repentino, como por exemplo, queda nos preços globais de commodities ou um aumento rápido e inesperado nos juros nos Estados Unidos.
Advertências ao Brasil
Em sua palestra, Eyzaguirre focou diretamente o Brasil , "advertindo" o governo da presidenta Dilma Rousseff a continuar "controlando a economia por meio de uma gama de medidas para evitar exuberância, ou pode acabar em lágrimas. Se uma grande correção ocorrer, o capital pode parar de vir repentinamente e o país ter uma grande crise financeira."
Esse encantador de serpentes do FMI deveria estar é na Europa e nos EUA, analisando, aconselhando, prevendo os fundamentos da economia norte-americana e européia. Lá, nos dois continentes, eles seguem as orientações do Fundo.
Seguiam no passado, quando desregulamentaram a economia e reduziram os juros a nada, e seguem agora, emitindo dólares, inundando o mundo com sua moeda e cuidando de seu quintal. Tudo para crescer e criar empregos - exatamente aquele binômio em que nos empenhamos aqui.
Só que eles lá estão pouco se lixando para o resto do mundo. Assim, nós aqui na América Latina é que temos de cuidar de nosso quintal, porque ninguém o fará por nós - não e nunca de acordo com os nossos interesses. O resto é conversa de império.
Fonte: BLOG DO ZÉ DIRCEU
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