Parlamentares ingleses lançam aliança para refundar a FIFA.
Os aparentemente incansáveis esforços dos dirigentes para desacreditar o futebol resultaram agora numa aliança internacional de políticos liderados por parlamentares britânicos para formular um manifesto para a limpeza da FIFA, atingida por denúncias de corrupção. O recém-formado "International Partnership for the Reform of Fifa” está lutando por uma transformação radical na organização.O plano seria afastar os 24 membros do comitê executivo de responsabilidade por decisões grandiosas - especialmente as sedes da Copa do Mundo - e entregá-las aos 208 países membros. Votos que atualmente são sigilosos passariam a ser públicos, e os executivos da entidade seriam forçados a tornar públicos os seus bens.
David Randall e Brian Brady - The Independent
A ruína bizantina que é o corpo dirigente do esporte mais popular do mundo alcançou novas profundezas de absurdo neste sábado (28).
O presidente da Fifa, Sepp Blatter, desistiu de acompanhar à noite a final da Liga dos Campeões da Europa para que ele pudesse preparar a sua defesa antes da audiência deste domingo diante do Comitê de Ética sobre as acusações de suborno. Um vice-presidente da organização, também acusado de corrupção, fez alegações extraordinárias em uma entrevista publicada neste sábado. E um terceiro membro da comissão executiva que enfrenta alegações de suborno é Mohamed bin Hammam, único rival de Blatter na eleição de quarta-feira para a presidência da Fifa até a madrugada de domingo, quando ele dramaticamente abandonou a competição.
Em um comunicado em seu site, Hammam disse que "os acontecimentos recentes me deixaram magoado e decepcionado - em um nível profissional e pessoal." Ele acrescentou: "É por esta razão que eu anuncio a minha retirada da eleição presidencial." Antes deste anúncio houve clamor considerável para um adiamento da eleição. O que acontece com a Fifa agora, tendo um único candidato nas eleições, Joseph Blatter, é o que todos querem saber.
Os aparentemente incansáveis esforços dos dirigentes para desacreditar o futebol resultaram agora numa aliança internacional de políticos liderados por parlamentares britânicos para formular um manifesto para a limpeza da FIFA. O recém-formado "International Partnership for the Reform of Fifa” está lutando por uma transformação radical na organização. O plano seria afastar os 24 membros do comitê executivo de responsabilidade por decisões grandiosas - especialmente as sedes da Copa do Mundo - e entregá-las a todos os 208 países membros da Fifa.
Votos que atualmente são sigilosos passariam a ser públicos, e executivos do alto-escalão seriam forçados a tornar públicos os seus bens, de acordo com as regras semelhantes às que regem a conduta dos parlamentares britânicos.
Enquanto tais movimentos ganham ritmo, a Fifa tenta limpar suas feridas neste domingo em Zurique, onde a sua comissão de ética vai julgar o caso contra Mohamed bin Hammam do Qatar (que ganhou o direito de sediar o mundial de 2022); o vice-presidente Jack Warner, da Confederação da América do Norte, Central e Caribe; Debbie Minguell e Jason Sylvester, da União Caribenha de Futebol (UCF), e Blatter.
No centro da audiência está um dossiê apresentado a eles por um membro do comitê executivo da FIFA, Chuck Blazer, dos EUA. Este - supostamente apoiado por depoimentos, documentos e até fotografias - diz que Hammam, no decurso da campanha para a Presidência, ofereceu grandes quantias em dinheiro como suborno para possivelmente até 25 membros da UCF em uma reunião em Trinidad, em 10 e 11 de maio.
Ele nega as acusações, mas admite que pagou translado de participantes e acomodação para a reunião, no hotel Hyatt Regency, de Port of Spain. Warner é acusado de facilitar a suposta propina. Após estas acusações, e a audiência marcada, Hammam afirmou que Blatter sabia de antemão dos alegados incentivos em dinheiro, e por isso este material foi acrescentado à agenda de hoje.
O que seria uma amarga audiência ganhou ainda mais força pelas palavras usadas por Warner em entrevista ao jornal Trinidad Express. Ele disse: "Você vai ver uma tsunami que atingirá a Fifa e o mundo e irá chocá-lo." Ele acrescentou "não ser culpado de um único pingo de maldade". Se houver uma votação, representantes de todas as 208 nações filiadas à Fifa irão votar.
O estado das coisas na FIFA chegou a um ponto em que faz crescer uma onda considerável entre os políticos para a reforma geral do organismo. The International Partnership for the Reform of Fifa foi convocada pelo deputado conservador Damian Collins, que reuniu políticos de vários países, incluindo Alemanha, Austrália e os EUA em torno de sua chamada para a mudança.
Collins não descartou nem mesmo convencer os membros da FIFA a sair da organização e estabelecer um novo organismo internacional de futebol. Mas ele afirma que a prioridade é uma reforma na FIFA, começando com um ataque à cultura de segredos que ele acredita ter permitido que a corrupção prospere.
"Precisamos de uma maior transparência na tomada de decisões", diz o parlamentar. Em grandes coisas, todos os países da FIFA têm que ter a oportunidade de votar. Os membros da comissão executiva deveriam aceitar as mesmas regras de transparência que outras pessoas na vida pública no mundo todo tem que se submeter. Suas finanças e outros interesses devem ser transparentes."
Collins disse que a parceria espera publicar um conjunto completo de demandas no início desta semana. O primeiro-ministro David Cameron, e do ministro dos Esportes, Hugh Robertson, têm apoiado o adiamento das eleições, até que as denúncias de corrupção sejam totalmente investigadas.
Tradução: Wilson Sobrinho
Fonte: Agência Carta Maior.
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