Do blog Balaio do Kotscho.
O tucano Geraldo Alckmin, herdeiro de Mário Covas, andando de braços dados e trocando elogios com Paulo Maluf, que lança a candidatura do governador a presidente da República (em 2018)?
O ex-malufista Gilberto Kassab, agora aliado de José Serra, propõe ao ex-presidente Lula uma aliança do seu PSD (ex-DEM) com o PT nas eleições em São Paulo?
Os eleitores paulistanos terão certa dificuldade para entender o cenário que está sendo montado neste momento pelos principais partidos para a disputa de outubro.
Os primeiros movimentos em busca de alianças exóticas entre antigos inimigos políticos mostram que a sucessão municipal em São Paulo está virando uma autêntica zona federal em que ninguém é de ninguém.
Por trás de tudo, está a guerra entre alckmistas e serristas, que vem desde eleição anterior vencida por Gilberto Kassab, então no DEM, em 2006, com o apoio do governador José Serra, deixando órfão Geraldo Alckmin, que não foi nem para o segundo turno.
Agora, para se vingar, a turma de Alckmin, de volta ao posto de governador, procura alianças com meio mundo, até com Paulo Maluf e o PDT, tradicional parceiro do PT, para isolar o PDS e a ala serrista do tucanato liderada por Alberto Goldman e Aloisio Nunes Ferreira.
Por isso, o lance feito por Kassab de oferecer a Lula um vice do PDS para compor a chapa do petista Fernando Haddad foi apenas uma forma de pressionar os tucanos, sem a menor chance de dar certo. O sonho inicial de Kassab era lançar o seu aliado Guilherme Afif para prefeito com um vice tucano, proposta rejeitada pelo PSDB, que resolveu fazer prévias em março.
Mesmo que Lula gostasse da ideia, para ampliar o apoio ao seu candidato, a proposta seria rejeitada pelo PT paulistano, que passou oito anos atacando a administração Serra-Kassab e se prepara para fazer uma campanha dura de oposição ao prefeito.
Correndo por fora dos grandes partidos, estão no momento os candidatos Celso Russomano (PRB), Netinho de Paula (PCdoB) e Soninha (PPS), que aparecem nos três primeiros lugares na última pesquisa Datafolha, e o peemedebista Gabriel Chalita, cria de Alckmin, ainda correndo na turma do fundão junto com Haddad.
Desde que voltamos a ter eleições diretas para eleger os prefeitos das capitais no longo processo de redemocratização do país nos anos 80, nunca vi um quadro tão confuso e indefinido numa campanha em São Paulo, faltando apenas dez meses para irmos às urnas.
E o caro leitor do Balaio o que está achando deste samba do voto doido?
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