sábado, 14 de janeiro de 2012

POLÍTICA - O PSDB de barbas de molho irrita a Veja.

Joaquim Aragão no Luis Nassif online.

Reinaldo Azevedo ironiza: Uma boa candidata para o PSDB em 2014: Dilma!

No post abaixo, comento as, por assim dizer, relações entre PSDB, ou parte dele, e o PT - ou parte dele. O Globo de ontem trouxe informações significativas. Alberto Goldman, ex-vice-governador de São Paulo e vice-presidente do PSDB, escreveu um texto de análise sobre o governo Dilma para ser assinado pelo partido. A análise passou por uma cirurgia plástica quando submetida à direção nacional, comandada por Sérgio Guerra, sob a supervisão da ala mineira.

Goldman havia classificado o governo Dilma de “medíocre, amorfo e insípido”. Os adjetivos foram vetados. É um sinal de que os tucanos - os que mudaram o texto ao menos - discordam. Acham que o governo Dilma não é medíocre, amorfo ou insípido.

O vice-presidente do PSDB se referiu à gestão da presidente como “nono ano do governo Lula”, numa crítica à sua, segundo ele, falta de identidade política. Nem pensar!

Os que mudaram o texto discordaram e devem achar, pois, que a presidente tem, sim, sua própria marca, daí porque rejeitaram também a caracterização, para Dilma, de

>“fantoche”. Goldman lembrou as palavras da própria petista, segundo quem Palocci, por exemplo, deixou o governo porque quis, e a classificou de “tolerante com a corrupção”. Isso também não passou.

Goldman fez o elenco de insucessos do governo, chamando-os de “constrangedora sucessão de fracassos”. De jeito nenhum! Depois de submetido à linguagem tucanamente correta, o texto identificou apenas “sérios problemas em diversas áreas”.

Excelente!

Vejam bem: todo mundo tem o direito de achar o que bem entender do governo Dilma, inclusive o PSDB, principal partido de oposição - por enquanto ao menos. O texto de Goldman pode ter sido reescrito ou porque os tucanos realmente não compartilham daquela visão crítica ou porque, o que é até mais provável, acham que é besteira ser duro com um governo popular, ainda que discorde dele.

Eis um problema interessante: se a oposição, mesmo discordando, não discorda nem quando discorda, quem haverá de fazê-lo? Em tese, não será a situação, né? O Brasil, no entanto, é tão, vamos dizer, esquisito, que o PMDB acaba criando mais dificuldades ao governo do que o próprio PSDB… Era assim na gestão Lula.

Depois de tantos cuidados, os tucanos deveriam considerar seriamente a hipótese de uma coligação com Dilma em 2014. O duro vai ser convencer o PT. Se não lhe for permitido malhar o Judas bicudo e de vôo pesado, sobra o quê?

Por Reinaldo Azevedo

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Já Augusto Nunes reclama:

PSDB vai acabar criando a oposição a favor.

O PSDB conseguiu produzir um balanço crítico do primeiro ano do Governo de Dilma Rouseff publicado em dezemrbro, que não reservou uma única linha aos seis ministros que perderam emprego por envolvimento em bandalheiras. O documento tem quase quatro mil palavras. Corrupção não aparece nenhuma vez! A palavra constava da versão original redigida pelo ex-governador Alberto Goldman. Acabou censurada por dirigentes do partido mais preocupados em fazer agrados do que críticas ao Governo Federal.

O país do carnaval anda cada vez mais criativo. Nessa linha, o PSDB vai acabar inventando a oposição a favor.

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Da minha parte, estou muito emocionado: foi a primeira vez na vida que citei Augusto Nunes e Reynaldo de Azevedo!

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