Uma justa homenagem ao Levante Popular da Juventude
Nossos aplausos ao Levante Popular da Juventude que recebeu, nesta 2ª feira, a menção honrosa do Prêmio Direitos Humanos. A iniciativa é da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), que homenageou a luta e a coragem desses jovens que vêm mostrando a necessidade de fazermos justiça às vítimas da ditadura militar.
A solenidade no Itamaraty contou ainda com a presença da presidenta Dilma Rousseff. Foi ela quem entregou a Thays Carvalho, militante do Levante, a homenagem que é um agradecimento de todos nós que lutamos contra o regime militar.
Muito já falamos do Levante Popular aqui neste blog, bem como de outras organizações que como eles lutaram pela instauração da Comissão Nacional da Verdade no país e, agora, lutam para que seja feita justiça às vítimas da ditadura. Para que vocês possam conhecer mais sobre o Levante Popular da Juventude, conversamos com Carolina Dias, militante do movimento no Rio. Acompanhem:
Carolina, qual a importância desta menção honrosa para o Movimento?
[ Carolina Dias ] Nós recebemos a indicação com muita felicidade. Mais do que o reconhecimento da nossa luta, a premiação é importante para a divulgação do movimento. Até para que as pessoas saibam o que está acontecendo, o que estamos fazendo e venham somar esforços conosco. A indicação mostrou que lutar dá resultado. Foi bom para a luta como um todo.
Como funciona o Levante?
[ Carolina Dias ] Não posso precisar, mas seguramente há mais de duas pessoas no Movimento. Há uma coordenação nacional composta por três militantes de cada um dos 17 Estados em que estamos organizados que se reúne a cada dois meses. Nós temos um site (confira aqui) e uma página no Facebook onde divulgamos nossas ações. Todos podem acessar. É importante destacar que consideramos jovens todos os que se propõem a lutar e sentem disposição para isso. Não há uma faixa etária específica. No Levante há jovens do movimento estudantil e também a juventude camponesa, a juventude urbana que atua nas periferias, nas comunidades. Enfim, jovens de todos os lugares que se identificam com as nossas bandeiras.
Quais são elas?
[ Carolina Dias ] As pessoas nos conhecem mais pela luta em prol da memória, da verdade e da justiça. Muito por causa da repercussão dos nossos atos, além de ser uma discussão que está em voga. Mas, nós lutamos também pela educação pública, erradicação do analfabetismo, melhoria das escolas do campo, emprego etc. Lutamos pelas bandeiras que interferem no nosso coditiano. A luta pela memória e pela justiça dialoga com várias dessas bandeiras como a questão da violência do Estado nas cidades hoje, da repressão contra os movimentos sociais.
Qual a relação que vocês têm com os movimentos organizados pelas vítimas da ditadura militar?
[ Carolina Dias ] Muitos de nós nem conheciam essas pessoas, apenas conhecíamos as histórias. Poucas pessoas daqui do Rio são diretamente ligadas a pessoas ou organizações. Mas a luta multiplica e isso é muito bom para que possamos renovar ainda mais as ações. Não só quem sofreu a ditadura militar na própria pele sente essa marca. O fato de a juventude brasileira se mobilizar em torno disso mostra que a atuação dessas pessoas é fundamental e multiplicou. A relação que temos com elas é muito bonita. Na nossa idade, eles estavam sofrendo uma repressão infinitamente maior do a que sentimos hoje. Esperamos que eles se sintam felizes ao ver aquilo que plantaram nesses anos todos dando frutos.
Por que a bandeira da memória e da justiça?
[ Carolina Dias ] Nossa proposta foi muito no sentido de resgatar os lutadores do povo que sobreviveram à ditadura para puxarmos essas histórias, dialogando com a nossa realidade hoje. Veja que a juventude da periferia sofre cotidianamente a violência do Estado, herança de um momento em que essa violência se tornou estruturante da nossa política.
O sentimento de impunidade que existe não permite que avancemos na História. Houve um processo de desmobilização que é fruto dessa impunidade e da dificuldade que nosso povo possui de enxergar, na sua organização e na luta, a transformação possível. Muitos sonhos e muitas vontades foram quebrados pela ditadura militar. Nossa tentativa é resgatar esse sentimento, debatendo o nosso hoje. Há uma relação intrínseca entre o que vivemos hoje - e que aparentemente não tem nada a ver com a ditadura, já que estamos em um Estado democrático – e o passado.
A solenidade no Itamaraty contou ainda com a presença da presidenta Dilma Rousseff. Foi ela quem entregou a Thays Carvalho, militante do Levante, a homenagem que é um agradecimento de todos nós que lutamos contra o regime militar.
Muito já falamos do Levante Popular aqui neste blog, bem como de outras organizações que como eles lutaram pela instauração da Comissão Nacional da Verdade no país e, agora, lutam para que seja feita justiça às vítimas da ditadura. Para que vocês possam conhecer mais sobre o Levante Popular da Juventude, conversamos com Carolina Dias, militante do movimento no Rio. Acompanhem:
Carolina, qual a importância desta menção honrosa para o Movimento?
[ Carolina Dias ] Nós recebemos a indicação com muita felicidade. Mais do que o reconhecimento da nossa luta, a premiação é importante para a divulgação do movimento. Até para que as pessoas saibam o que está acontecendo, o que estamos fazendo e venham somar esforços conosco. A indicação mostrou que lutar dá resultado. Foi bom para a luta como um todo.
Como funciona o Levante?
[ Carolina Dias ] Não posso precisar, mas seguramente há mais de duas pessoas no Movimento. Há uma coordenação nacional composta por três militantes de cada um dos 17 Estados em que estamos organizados que se reúne a cada dois meses. Nós temos um site (confira aqui) e uma página no Facebook onde divulgamos nossas ações. Todos podem acessar. É importante destacar que consideramos jovens todos os que se propõem a lutar e sentem disposição para isso. Não há uma faixa etária específica. No Levante há jovens do movimento estudantil e também a juventude camponesa, a juventude urbana que atua nas periferias, nas comunidades. Enfim, jovens de todos os lugares que se identificam com as nossas bandeiras.
Quais são elas?
[ Carolina Dias ] As pessoas nos conhecem mais pela luta em prol da memória, da verdade e da justiça. Muito por causa da repercussão dos nossos atos, além de ser uma discussão que está em voga. Mas, nós lutamos também pela educação pública, erradicação do analfabetismo, melhoria das escolas do campo, emprego etc. Lutamos pelas bandeiras que interferem no nosso coditiano. A luta pela memória e pela justiça dialoga com várias dessas bandeiras como a questão da violência do Estado nas cidades hoje, da repressão contra os movimentos sociais.
Qual a relação que vocês têm com os movimentos organizados pelas vítimas da ditadura militar?
[ Carolina Dias ] Muitos de nós nem conheciam essas pessoas, apenas conhecíamos as histórias. Poucas pessoas daqui do Rio são diretamente ligadas a pessoas ou organizações. Mas a luta multiplica e isso é muito bom para que possamos renovar ainda mais as ações. Não só quem sofreu a ditadura militar na própria pele sente essa marca. O fato de a juventude brasileira se mobilizar em torno disso mostra que a atuação dessas pessoas é fundamental e multiplicou. A relação que temos com elas é muito bonita. Na nossa idade, eles estavam sofrendo uma repressão infinitamente maior do a que sentimos hoje. Esperamos que eles se sintam felizes ao ver aquilo que plantaram nesses anos todos dando frutos.
Por que a bandeira da memória e da justiça?
[ Carolina Dias ] Nossa proposta foi muito no sentido de resgatar os lutadores do povo que sobreviveram à ditadura para puxarmos essas histórias, dialogando com a nossa realidade hoje. Veja que a juventude da periferia sofre cotidianamente a violência do Estado, herança de um momento em que essa violência se tornou estruturante da nossa política.
O sentimento de impunidade que existe não permite que avancemos na História. Houve um processo de desmobilização que é fruto dessa impunidade e da dificuldade que nosso povo possui de enxergar, na sua organização e na luta, a transformação possível. Muitos sonhos e muitas vontades foram quebrados pela ditadura militar. Nossa tentativa é resgatar esse sentimento, debatendo o nosso hoje. Há uma relação intrínseca entre o que vivemos hoje - e que aparentemente não tem nada a ver com a ditadura, já que estamos em um Estado democrático – e o passado.
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