sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

POLÍTICA - O PSDB e o silêncio das chacinas.


Primoroso, para assinar embaixo - e um daqueles textos que ninguém pode deixar de ler -, o artigo que o cronista, poeta e economista Lula Miranda  publicou desde ontem no portal Brasil 247 sobre o título "O PSDB e o silêncio das chacinas". O autor parte da decisão dos tucanos de incluírem o vereador recém-eleito coronel Telhada como seu representante na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal paulistana para mostrar a total tomada do poder no PSDB e no governo do Estado da direita mais reacionária incrustrada no tucanato.

"O coronel Telhada dispensa maiores apresentações: as 36 mortes que 'ilustram' seu currículo são eloquentes da sua suposta 'competência' para servir, primeiro à PM de São Paulo e agora à Câmara Municipal. Não há o que discutir – apenas deplorar. Telhada foi eleito com mais de 89 mil votos. É sinal, quiçá inequívoco, de que tem muito cidadão que admira o  currículo do coronel, agora vereador. Fazer o quê? É o chamado 'voto de direita' ou 'voto da intolerância'. Democracia é isso: pluralismo de ideias. Ideias?!"

Na sequência, o articulista fala do divórcio que, de latente, passou a ser escancarado entre os intelectuais "uspianos", que permaneceram anos "amasiados ao conservadorismo liberal" tucano, e a "caipirada" mais reacionária do interior do Estado, que hoje têm à frente, como líder,  o governador Geraldo Alckmin. "Não à toa os episódios de extermínio de policiais e de bandidos se deram nos dois governos Alckmin. Não lhe parece ao menos curioso e digno de nota esse fato?"

Serra transitou da esquerda para a direita e perdeu várias eleições


"Não podemos deixar de lembrar - prossegue o autor - ainda o emblemático caso de José Serra. Grande quadro "histórico" do PSDB, Serra é um exemplo clássico de político tucano que transitou com tamanha inesperada desenvoltura e "radicalismo" da ala mais à esquerda para a direita do partido. Sintomaticamente, perdeu várias eleições seguidas."

Lula Miranda resgata, ainda, trecho de discurso recente na Assembléia Legislativa feito pelo rapper Mano Brown, ao receber o XVI Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos, quando assim se referiu a Alckmin e à violência e a guerra na área de segurança em São Paulo: "Ele é o governador que usou as mortes como instrumento de domínio (...). A mídia não mostra a realidade dos fatos. A gente está assistindo como se fosse guerra de quadrilha. Uma quadrilha com autorização do governo e a outra que está desarmada, de costas (...). Então, o que temos que fazer realmente é o impeachment".

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