Avaliação das agências de risco: um problema a se enfrentar
Li na Folha de S.Paulo deste fim de semana reportagem sobre problemas envolvendo as agências de classificação de risco. Várias delas deram notas altas para bancos brasileiros que quebraram recentemente. Em resumo, esses bancos foram considerados seguros.
A reportagem dá alguns exemplos: o Banco BVA recebeu da LF Rating nota BBB ("moderada segurança") quatro dias antes de sofrer intervenção do Banco Central. Da Austin Rating, o BVA ganhou nota BBB+ ("risco baixo") menos de dois meses antes da intervenção. O Cruzeiro do Sul também foi bem avaliado pouco antes de sofrer intervenção. E por aí vai.
Quando o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários vão enfrentar esse gravíssimo problema, já endêmico, importado dos EUA e da Europa? Como fica a credibilidade dos bancos, que são, suponho, os principais interessados num saneamento desse setor totalmente contaminado por fraudes?
Ou será que os bancos são cúmplices e a eles interessa manter o status quo? A situação é extremamente preocupante.
Com essas notas mirabolantes dadas pelas agências de classificação, os bancos atraem investidores, que acabam correndo grandes riscos. Isso leva graves problemas ao sistema financeiro.
Velho discurso
Essas agências, por incrível que pareça, ainda contam com grande credibilidade em segmentos da nossa sociedade. Vejam só uma reportagem do Estadão de hoje sobre a injeção de recursos do Tesouro em bancos públicos.
Foram R$ 390,1 bilhões no BNDES, no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal entre 2006 e 2012, elevando a participação de instituições públicas no crédito total da economia, desempenhando um importante papel na expansão do crédito.
A reportagem ouve algumas agências sobre o assunto. O que dizem é de espantar. A Austin Rating acha que isso traz “riscos” à economia porque pode haver aumento na inadimplência. A MCM Consultores chega ao absurdo de dizer que os empréstimos concedidos por instituições financeiras privadas tendem a ser mais bem aplicados porque não costuma haver interferência política na decisão.
Santa ingenuidade ou crença em nossa estupidez? As agências – que deram notas altas para os bancos americanos e europeus – fazem pura conversa fiada. Achar que bancos privados têm critérios menos políticos que os públicos contradiz a experiência mundial. Basta ver a crise de 2008 e a atual.
Bancos privados ou públicos podem ser mal ou bem geridos, podem ter critérios prudenciais ou não.
O resto é defesa dos interesses da banca privada e da oposição ao nosso governo. Restringir o crédito e os salários é tudo o que eles querem, com o velho discurso de cortar gastos. Ou investir somente em educação, saúde e segurança.
Nem nos Estados Unidos esse discurso tem aceitação, é uma barbaridade.
A reportagem dá alguns exemplos: o Banco BVA recebeu da LF Rating nota BBB ("moderada segurança") quatro dias antes de sofrer intervenção do Banco Central. Da Austin Rating, o BVA ganhou nota BBB+ ("risco baixo") menos de dois meses antes da intervenção. O Cruzeiro do Sul também foi bem avaliado pouco antes de sofrer intervenção. E por aí vai.
Quando o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários vão enfrentar esse gravíssimo problema, já endêmico, importado dos EUA e da Europa? Como fica a credibilidade dos bancos, que são, suponho, os principais interessados num saneamento desse setor totalmente contaminado por fraudes?
Ou será que os bancos são cúmplices e a eles interessa manter o status quo? A situação é extremamente preocupante.
Com essas notas mirabolantes dadas pelas agências de classificação, os bancos atraem investidores, que acabam correndo grandes riscos. Isso leva graves problemas ao sistema financeiro.
Velho discurso
Essas agências, por incrível que pareça, ainda contam com grande credibilidade em segmentos da nossa sociedade. Vejam só uma reportagem do Estadão de hoje sobre a injeção de recursos do Tesouro em bancos públicos.
Foram R$ 390,1 bilhões no BNDES, no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal entre 2006 e 2012, elevando a participação de instituições públicas no crédito total da economia, desempenhando um importante papel na expansão do crédito.
A reportagem ouve algumas agências sobre o assunto. O que dizem é de espantar. A Austin Rating acha que isso traz “riscos” à economia porque pode haver aumento na inadimplência. A MCM Consultores chega ao absurdo de dizer que os empréstimos concedidos por instituições financeiras privadas tendem a ser mais bem aplicados porque não costuma haver interferência política na decisão.
Santa ingenuidade ou crença em nossa estupidez? As agências – que deram notas altas para os bancos americanos e europeus – fazem pura conversa fiada. Achar que bancos privados têm critérios menos políticos que os públicos contradiz a experiência mundial. Basta ver a crise de 2008 e a atual.
Bancos privados ou públicos podem ser mal ou bem geridos, podem ter critérios prudenciais ou não.
O resto é defesa dos interesses da banca privada e da oposição ao nosso governo. Restringir o crédito e os salários é tudo o que eles querem, com o velho discurso de cortar gastos. Ou investir somente em educação, saúde e segurança.
Nem nos Estados Unidos esse discurso tem aceitação, é uma barbaridade.
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