terça-feira, 18 de dezembro de 2012

MÍDIA - Valorizar o contraditório é valorizar o Brasil.




Um dia os brasileiros perceberão os males do império da informação comprometida que vende ideias e quer comprar corações, com seus fatos destorcidos ao bel prazer e seu circo que pretende amortecer as massas. Enquanto esse dia não chegar, sempre existirão canais como os que a internet proporciona para que os indignados ao menos expressem

Rodolpho Motta Lima, Direto da Redação

Pela sua própria natureza, a política é um convite à radicalização das ideias. Afinal, é pelas veredas políticas que se conduzem os destinos das pessoas. E há políticas e políticas. Há as que se comprometem com as massas, há as que se voltam para menores interesses individuais, há as que se preocupam com projetos sociais, há as que se subordinam às nada naturais “leis” do mercado. Dependendo do ponto de vista em que nos situemos, o entusiasmo que nos leva à defesa de uma ou outra causa ou à crítica desta ou daquela postura pode, realmente, produzir exageros. É humano.
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Seria desejável que, em nosso país, houvesse um grupo de órgãos midiáticos que pudesse apresentar o mundo de uma forma diferente da visão elitista que nos é imposta.
Essa causa ou motivação que nos leva a externar com veemência exacerbada – mas honesta – os nossos pontos de vista, fruto de uma ideologia, de uma visão do mundo, não pode, porém, ser confundida com a intenção ou ação que, conscientemente, deturpa os fatos em nome dos interesses de um grupo político ou econômico. Porque aí estaremos diante de um posicionamento intelectualmente desonesto, um estelionato ideológico. Ninguém que queira ver preservada uma autêntica ética ,não a hipócrita ética de fachada, aceita ou justifica manifestações sectárias , absolutistas, sutilmente destinadas a deixar escondida, com a cortina de fumaça de uma falsa indignação, uma verdade indesejada, ou um pedaço dela.
Mesmo entre os exageros, há que se saber distinguir. Como professor de literatura, vivo ensinando aos meus alunos que a hipérbole, embora muitas vezes ferramenta de um mal intencionado pensamento maniqueísta, pode ser, em muitas ocorrências, um recurso expressivo para se pôr em evidência um fato, uma pessoa, uma ideia, supervalorizando esses elementos. Qualquer apaixonado de plantão exemplifica isso…

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