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ENC: Explicando o Poder Judiciário para europeus
Um
tanto atônitos, alguns amigos da Europa têm me escrito para tentar entender as
orientações e normas de conduta do Poder Judiciário no Brasil. Devido as minhas
dificuldades com idiomas estrangeiros, redigi um resumo que distribuo aqui para
todos, exemplificando ao final com algum detalhamento de informações sobre um
dos Ministros do Supremo.
... E
ontem também se distribuiu uma carta do Prof. Antônio Cândido cumprimentando o
Genoíno por ter sido empossado como deputado. A imprensa explora exaustivamente
esse fato e a parte mais reacionária e sem caráter da população se faz de
indignada por Genoíno aceitar o cargo para o qual foi eleito, depois de
condenado pelo STF.
Na
carta, o mestre ilustre lembra que tudo o que Genoíno possui é uma casa simples
na periferia de São Paulo. No entanto foi acusado e condenado pelo Poder
Judiciário de enriquecimento ilícito pelo esquema do Mensalão.
Para o
tal Mensalão, criado pelo Roberto Jefferson, nem o Ministério Público nem o STF
apresentaram qualquer prova da execução da prática do roubo de que são acusados,
ou do fruto desse roubo. Equivale a dizer se tratar de um assassinato onde não
apenas não se tem a arma do crime como não se tem sequer o corpo do assassinado.
Um pouco mais, pois o apontado como assassinado, no caso o Banco do Brasil, já
provou que está vivinho da silva. Mas por mais que o alegado como assassinado
prove estar vivo, os juízes não lhe acreditam. Decidiram que foi assassinado e
mesmo que não queira, assassinado está.
Uma
Ministra chegou a afirmar textualmente que condenava sem provas, apenas baseada
em indícios e presunções. A justiça brasileira é a única do mundo que condena
por indícios. E quais os indícios? A palavra de um réu confesso, Roberto
Jefferson, e a manipulação de fatos por uma mídia historicamente corrompida e
aliada a especuladores internacionais. A mesma mídia que apoiou e se enriqueceu
nas duas décadas e meia da criminosa ditadura militar.
Para os
ministros do Supremo Tribunal Judiciário esses indícios são mais substanciais do
que a auditoria do Banco do Brasil que comprovou não haver nada de ilícito nem
se utilizou quaisquer valores públicos nos empréstimos contraídos daquela
instituição quando o PT era presidido pelo Genoíno. Sequer houve qualquer
interferência do então Ministro da Casa Civil, José Dirceu.
Apesar
do Banco Brasil comprovar documentalmente a improcedência destas acusações que
levaram a condenação de Dirceu e Genoíno, para os Ministros do STF esses
documentos não têm o menor valor perante a palavra de Roberto Jefferson, um
corrupto assumido e confesso. A auditoria do Banco do Brasil não quer dizer nada
perante a vontade do GAFE - Globo, Abril, Folha e O Estado de São Paulo -
descaradamente defensores e promotores de capitais multinacionais que ao longo
de todo dos séculos 19 e 20 espoliaram o Brasil.
A vítima
berra que não é vítima e não houve crime, mas a Justiça brasileira quer que
tenha ocorrido e nem mesmo a própria vítima pode mudar essa realidade do irreal.
Portanto esqueçam Kafka, Dali, Buñuel, Ionesco. O Poder Judiciário Brasileiro
supera todos seus surrealistas.
E esses
mesmos ministros do STF foram os que garantiram e concederam a impunidade ao do
editor do jornal O Estado de São Paulo que assassinou perante testemunhas sua
subordinada quando esta se recusou a continuar cedendo ao assédio sexual. Ou o
juiz que superfaturou a construção da sede da Justiça do Trabalho. Gozam do
conforto de suas luxuosas residências por decisão dos Ministros que condenaram
Genoíno que mora numa casinha de periferia.
São os
mesmos ministros que garantiram, por habeas corpus, a fuga aí para a Europa de
autores de crime financeiros contra a economia popular e instituições como o
BNDES. Garantiram para ainda se sabe aonde, a fuga do ginecologista que estuprou
mais de duas dezenas de suas pacientes. Os mesmos ministros que concederam
habeas corpus e liberdade para o assassino da Irmã Dorothy, aquela freira dos
Estados Unidos que na Amazônia defendia os direitos de índios e seringueiros. Os
mesmos ministros que garantiram a impunidade dos rapazes que brincando de
queimar mendigos, queimaram vivo ao índio Galdino.
O corpo
queimado de Galdino existiu e foi testemunhado e fotografado. O corpo da
jornalista assassinada existiu, foi fotografado e autopsiado. Todos os grandes
crimes absolvidos ou tornados impunes por estes Ministros do Judiciário foram
comprovados, testemunhados, documentados e até confessados. Mas no Brasil, o
Poder Judiciário condena crimes sem provas, assassinatos sem arma, latrocínios
sem vítimas e sem fruto do roubo.
Se
conseguir provar que houve o crime, como fez o jornalista Amaury Ribeiro com os
processos de Privatização do governo tucano, ou os desvios da família de José
Serra, o Poder Judiciário ignora. Como ignora a veracidade da famosa Lista de
Furnas e o Mensalão Tucano que Roberto Jefferson transferiu para o governo do
PT.
Enfim,
funciona assim: se alguém tem vontade de estuprar ou matar uma vizinha, não tem
problema algum nem precisa sair correndo após consumar o ato. Não precisa nem
tentar esconder a arma ou coagir as testemunhas. Quando a polícia chegar, poderá
até confessar-se como autor do crime que depois o Poder Judiciário arruma um
jeito de condenar o vizinho que for simpatizante do governo do PT. O surrealismo
do Judiciário e do caráter deformado pela mídia brasileira é tão superior ao de
escritores, cineastas e pintores ou desenhistas europeus que aqui se condena até
a própria vítima para garantir a impunidade do criminoso. Desde, é claro que o
criminoso seja contrário ao governo do PT e apoie a mídia e os partidos de
oposição.
Avisem a
todos os tarados e criminosos compulsivos daí da Europa. O único que precisam
fazer é demonstrar esse apoio. De resto o Poder Judiciário resolve e garante a
impunidade.
Para
fazerem ideia de como a coisa funciona, saibam que por terem assumidamente
condenado sem provas e se baseado nas especulação da mídia, estes ministros se
tornaram os heróis da porção sem caráter de nossa população. O único ministro do
STF que não aceitou se basear na palavra do corrupto assumido e nas ilações da
mídia criminosa, foi condenado e execrado pelos deformadores do caráter da
população brasileira como antiético e conivente ao crime que não se provou ter
acontecido.
Ou seja:
o que temos nesse país não é um Poder Judiciário, mas sim o Poder de uma
quadrilha de toga.
O que
fazer? Assim como o prof. Antônio Cândido, um dos mais ilustres e destacados
intelectuais brasileiros, somos todos reféns dessa quadrilha. Até o Poder
Executivo e o Legislativo também são reféns. Vampiros de toga deram um golpe nas
instituições brasileiras e se tornaram o poder absoluto, sob a égide da justiça
mais surrealista da história do sistema judiciário desde o Código de
Hamurabi.
Portanto, podem exportar seus
bandidos para cá que os bandidos do Poder Judiciário garantem asilo, cobertura e
pleno gozo de impunidade.
Abraço!
From: Beatrice
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