Pedro Soares, Folha de São Paulo, sexta-feira 1º, publicou excelente reportagem focalizando as estatísticas divulgadas pelo IBGE sobre o recuo do desemprego no país, em 2012, e, como consequência, a elevação da renda do trabalho.
Não que os salários, exceto o mínimo, tenham derrotado a taxa inflacionária, mas em função do volume da mão de obra contratada. A descida do desemprego para o patamar de 5,5 pontos aproxima o resultado de uma escala bastante positiva, já que este é o patamar aceitável internacionalmente. Basta comparar com os EUA, país no qual a percentagem atinge mais de 9% e na Espanha, onde chega ao nível assustador de 20%.
Não que os salários, exceto o mínimo, tenham derrotado a taxa inflacionária, mas em função do volume da mão de obra contratada. A descida do desemprego para o patamar de 5,5 pontos aproxima o resultado de uma escala bastante positiva, já que este é o patamar aceitável internacionalmente. Basta comparar com os EUA, país no qual a percentagem atinge mais de 9% e na Espanha, onde chega ao nível assustador de 20%.
Como a mão de obra ativa brasileira pode ser estimada na metade da população, um ponto representa 1 milhão de pessoas. O reflexo familiar é positivo e o movimento do comércio também porque mais emprego significa maior volume de compras. O enigma, aliás observado na reportagem, é que o mercado de trabalho ampliou-se num período em que o PIB cresceu 1%, ligeiramente abaixo do índice demográfico, que oscila em 1,2%. Assim, a cada ano, nascem aproximadamente 2 milhões de crianças no país. A mesma lógica se aplica àqueles que chegam à idade de começar a trabalhar. Um dos aspectos mais positivos apontados refere-se ao setor da construção civil, registrando uma variação para mais de 4,6%.
O reflexo político (popularidade do governo Dilma Rousseff) logo se faz sentir. E as últimas pesquisas do IBOPE e Datafolha confirmam. Pois o emprego é fator essencial à vida e às perspectivas que todos levam consigo. Essencial à sociedade. E a política, sem dúvida, é um termômetro da sociedade, exprime o sentimento coletivo. Por isso, a queda do desemprego, como está no título, representa a subida do governo. Daí a desenvoltura como atuam a atual e o seu antecessor. Agora mesmo, Eliane Catanhede atribuiu a Lula um início de tentativa de atrair o governador Eduardo Campos, que poderia vir a tornar-se candidato a vice-presidente na sucessão de 2014.
Claro que a manobra é dificílima, já que implicaria no afastamento do PMDB de Michel Temer. O partido, sem dúvida, desencadearia uma tempestade e perderia enormemente o prestígio que possui. Mas só o fato de Lula soprar nessa direção revela que está seguro de sua força eleitoral. Até mais nas urnas do que nos bastidores. Lula traz consigo as vitórias da própria Dilma em 2010 e a de Fernando Haddad, para a prefeitura de São Paulo no ano passado.
Tais vitórias, além de sua própria reeleição em 2006, demonstram que, apesar das tormentas, a do mensalão a maior de todas, não abalaram sua disposição de atuar e se dedicar à política de corpo inteiro. Mas essa disposição foi conquistada no êxito social que alcançou e que Dilma dá sequência. O Bolsa Família e o salário mínimo são pontos concretos que envolvem sua atuação e deixam também o governo do PT em situação de vantagem.
Afinal de contas, é bom lembrar, no final da administração FHC, o desemprego passou a barreira de 10%. Para ser exato alcançou 11,9%. Hoje, está em 5,5. A descompressão é consequência inegável. Desemprego menor, popularidade maior para o governo. A explicação mais forte para o fenômeno está aí.
Pedro do Coutto na Tribuna da Imprensa.
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