segunda-feira, 28 de outubro de 2013

POLÍTICA - Como era de se esperar.....

Marina esvazia Campos, e Pezão rompe com Dilma Rousseff


Pedro do Coutto
O título deste artigo parece conter duas surpresas, mas os fatos concretos estão confirmados em duas reportagens publicadas na edição de O Globo de quarta-feira. A primeira de Sérgio Roxo e Efrem Ribeiro; a segunda assinada por Cássio Bruno. Numa entrevista à TV Cultura, na véspera, Marina Silva afirmou frontalmente que Eduardo Campos fazia uma política velha, mas a Rede (Sustentabilidade) lhe deu substância.
Marina Silva, na realidade, desfechou uma crítica direta ao governador de Pernambuco, acusando-o de praticar alianças políticas de estilo arcaico, sem conteúdo ideológico. Claro. Já que ela sustentou ter sido seu ingresso, levando consigo a Rede de estilo moderno, que forneceu a Campos a devida substância. Que substância? A de pensamento. Logo, uma coisa leva à outra: se foi ela quem forneceu a substância é porque, impossível negar, no seu raciocínio, essa mesma substância faltava ao candidato do PSB, partindo no qual ingressou com grande repercussão no sábado de 5 de outubro. Marina Silva evitou a pergunta feita por um dos entrevistadores se aceitaria ser vice de Campos. Sem dúvida, a candidatura de Campos saiu enfraquecida do episódio.
Relativamente ao Rio de janeiro, não poderia ter sido mais infeliz (para si próprio) a afirmativa do vice Luiz Fernando Pezão de que não aceita participar de um esquema de palanque duplo no Estado para a candidatura Dilma Rousseff. Agindo assim, provavelmente em sintonia com o governador Sérgio Cabral, Pezão isolou mais o PMDB do quadro sucessório e isolou a si mesmo. Se o tema palanque duplo foi aceito por Lindbergh Farias, como acentua Cássio Bruno na matéria, quando vier ao RJ, o que Rousseff irá fazer? Apenas não incorporar o vice de Sergio Cabral à sua campanha no Rio.
LINDBERGH EM ALTA
Em vez de palanque duplo, ela escolherá a companhia de Lindbergh. Nada mais natural, pois foi, esta é a verdade, rejeitada por Pezão. Inclusive Dilma poderá, excluído Pezão, ter vários palanques somando para ela: além de Lindbergh, os apoios de Anthony Garotinho, Marcelo Crivella, e talvez ainda caiba mais alguém a seu lado, tanto nos comícios quanto, o que hoje é mais importante, nos horários da televisão e do rádio. Luiz Fernando Pezão fez um autêntico gol contra.
Se teve como objetivo ameaçar a presidente da República, o lance não produziu para o PMDB fluminense reflexo positivo algum. Pelo contrário. Já que certamente Pezão e Sérgio Cabral não pensaram na perda de espaço na TV que caberia à aliança PT-PMDB e que, com a ruptura de contradições, o vice-governador esqueceu que a recente pesquisa do Datafolha apresentou uma posição excepcional, em termos de intenção de votos, para Dilma. Assim, sua companhia na campanha acrescenta mais para os que estiverem a seu lado do que os que estiverem a seu lado acrescentam para ela. Marina Silva jogou para substituir Eduardo campos na chapa do PSB. Teve um objetivo. Já Pezão agiu sem pensar no reflexo de suas palavras. Jogou fora um espaço político irrecuperável.
Como classificar isso?

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